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Fuga de super-heróis da agenda dos cinemas em 2020 assusta exibidores

Filme ‘Viúva-Negra’ é um dos mais recentes adiamentos remarcado para 2021

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 set 2020, 11h45 - Publicado em 24 set 2020, 11h28

Quando os cinemas fecharam em março por causa da pandemia, os estúdios e exibidores logo deram início a um intrincado quebra-cabeças para reorganizar a azeitada agenda de estreias de 2020. James Bond e seu novo filme, 007: Sem Tempo para Morrer, foi a primeira superprodução a avisar que sairia do mês de abril para estrear em novembro. Parecia, então, que todos os longas, pequenos e grandes, se estapeariam por um espacinho nas salas no fim do ano. Mas o cenário mudou ao longo dos meses.

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Filmes pequenos se mudaram para o streaming. Grandes produções, que dependem de bilheterias para pagar seus orçamentos portentosos, alteraram diversas vezes suas datas de lançamento. Muitos foram para 2021, empurrando a agenda até 2022. Um dos calendários mais drásticos a ser mudado foi o da Disney, o estúdio que domina as bilheterias do mundo com longas de super-heróis da Marvel, além de Pixar, Star Wars e o próprio selo infanto-juvenil Disney. Depois de colocar Mulan no canal de streaming Disney+, a jogada mais ousada do estúdio veio nesta quarta-feira, 23, quando Viúva Negra foi remanejado de novembro de 2020 para maio de 2021. A movimentação joga para frente outras estreias esperadas, como o grupo de heróis sobrenaturais Eternos e o primeiro longa da Marvel estrelado por um asiático, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, agora marcados para o fim do ano que vem. A única estreia da casa do Mickey Mouse que se manteve em 2020 foi o próximo filme da Pixar, Soul, ainda em novembro.

A movimentação, apesar de compreensível, deixou na mão os exibidores que, em um ano difícil e de portas fechadas, esperava que alguns rentáveis super-heróis pudessem salvar parte da receita do ano. Segundo a revista especializada Variety, o setor prevê uma queda de 80% das bilheterias em relação ao ano passado.

Neste quesito, Christopher Nolan provou sua paixão pelo cinema – e também seu alterego messiânico – ao manter a estreia do filme Tenet. Até o momento, o longa, soma 250 milhões de dólares em bilheteria mundial. Um número baixo para o potencial do filme, mas louvável pelas condições em que ele foi lançado.

Se Viúva Negra não virá para salvar os cinemas, a expectativa é que Mulher Maravilha 1984, marcado para dezembro, o faça. Assim como James Bond, que se mantém firme no mês de novembro. Isso se a pandemia deixar.

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