Ennio Morricone, lenda das trilhas sonoras do cinema, morre aos 91 anos
O maestro e compositor italiano escreveu mais de 500 músicas para grandes filmes, de 'Era uma Vez no Oeste' (1968) a 'Os Oito Odiados' (2017)
Notas inventivas com tons dramáticos que pincelaram milhares de cenas no cinema. Foram ao todo mais de 500 composições e arranjos para filmes – incluindo clássicos do chamado “western spaghetti” e Os Oito Odiados (2017) de Quentin Tarantino, o que lhe consagraria com um Oscar. Conhecido como “O Maestro”, o italiano Ennio Morricone morreu na madrugada desta segunda-feira, 6, aos 91 anos. Ele estava internado em uma clínica em Roma desde a semana passada, tratando-se de uma queda que levou à fratura de um fêmur.
“Ele morreu no conforto da fé. Estava lúcido e mostrou grande dignidade até o momento final”, escreveu o advogado e amigo da família Giorgio Assuma em um comunicado divulgado a imprensa.
Morricone ganhou notoriedade internacional depois de fazer uma parceria de sucesso com o cineasta Sergio Leone – ambos fizeram os anos iniciais do colégio juntos, mas apenas na vida adulta se tornariam amigos inseparáveis. Os dois estabeleceram uma dupla célebre em sete produções que definiriam o gênero conhecido como “Western spaghetti” – o faroeste Italiano. Entre eles, Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965), Era uma Vez no Oeste (1968) e Uma Vez na América (1984).
Nascido em Roma, Ennio Morricone seguiu os passos do pai e aprendeu primeiro a tocar trompete. Aos 6 anos já escrevia músicas. Ele frequentou o Conservatório de Santa Cecília, onde estudou com Goffredo Petrassi, um dos principais compositores italianos. Morricone compôs músicas para dramas de rádio e tocou em uma orquestra especializada em música escrita para filmes.
Mesmo tendo ajudado a moldar a história do cinema, Morricone só foi agraciado com um Oscar recentemente em 2017 por Os Oito Odiados, de Tarantino. Concorreu por outros cinco filmes: Cinzas do Paraíso (1979), A Missão (1986), Os Intocáveis (1987), Bugsy (1991) e Malèna (2001). Em 2007, ganhou da academia o reconhecimento pelo conjunto da obra.