Dialeto próprio, tatuagem e choro: a fila para Bieber em SP
Legião de 'beliebers' acampa em frente ao Allianz Parque, em São Paulo, a fim de garantir o melhor ângulo para ver o ídolo no final de semana
Por Mabi Barros
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29 mar 2017, 22h16
No final da tarde desta quarta-feira, Justin Bieber deixou o luxo do Hotel Fasano para um passeio na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde ele se apresenta nesta noite, na Praça da Apoteose. O encontro de um fã com o cantor na praia, devidamente gravado com a ajuda de um celular, viajou 450 quilômetros, via internet, e veio contagiar o aglomerado de pessoas acampadas próximas aos portões do Allianz Parque, em São Paulo, onde Bieber faz show nos dias 1º e 2 de abril. Cerca de uma centena de jovens chorou copiosamente depois de descobrir que um colega de acampamento voltaria da cidade maravilhosa com um abraço do cantor.
“Eu poderia ter ido para lá, mas fiquei aqui para ajudar minha barraca. Fico muito feliz que ele tenha conseguido, mas triste porque perdi a oportunidade” disse, entre lágrimas, Alex Silva dos Anjos, o primeiro da fila para o show de Bieber em São Paulo. O jovem está acampado desde setembro de 2016, e emendou a fila para o Z Festivalcom a de Bieber.
Entre bicos como monitor de festa infantil e as aulas do terceiro ano do Ensino Médio, Alex divide “plantões” com mais 39 colegas da barraca 1. A fila para entrar no estádio é rigorosamente organizada por “Tia” Cláudia, mãe de uma das acampantes: numeradas por ordem de chegada, cada barraca vale pelo lugar de até 40 fãs, organizados entre si conforme o número de horas que passaram no acampamento.
Para passar o tempo durante os dias, os fãs conversam entre si, visitam o shopping, cantam os hits de Bieber e também dão entrevistas para os jornalistas interessados no fenômeno que faz com que fãs comecem um acampamento em frente ao estádio com seis meses de antecedência. À noite, a Avenida Francisco Matarazzo, onde está localizado o Allianz Parque, vira palco de esconde-esconde, pega-pega, pique bandeira, queimada e outras brincadeiras votadas entre os presentes.
A harmonia e bom-humor, no entanto, não são gerais. Kamila de Melo, 19, afirma não se misturar com as beliebers (como se autointitulam os fãs do cantor) mais novas. “Eu fiz tudo isso em 2013, na Believe Tour, hoje eu sou plena. Elas ainda estão buscando o espaço delas”, diz. A jovem afirma que as regras do acampamento se dobram: “Tem gente que não acampa e paga um valor para entrar na fila depois. Mas nenhuma barraca excede o limite de 40 pessoas”.
Na fila, alguns tentam lucrar com os fãs. Nelci Rinaldi, 52, veio de Ribeirão Preto, no interior, para a capital fazer companhia para a filha na barraca e ajudar a menina a vender bandeiras customizadas com o rosto de Bieber. Já Georg Gabriel, 28, faz tatuagens de henna idênticas às do cantor nos adolescentes do acampamento.
O microcosmo belieber instalado na calçada tem até dialeto próprio: “Tá jurosa essa aí, não é não?’ diz Laura Claro. A estudante se refere a Mayla, do BBB17, que afirmou que iria jantar com Justin Bieber. “É quando alguém fala que vai fazer algo que temos certeza que não vai acontecer”, explica, inconformada.
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