Dez lições para alcançar o sucesso, segundo executivos do Rock in Rio
Livro que aborda o modelo de gestão do festival acaba de ser lançado em São Paulo com dicas de empreendedorismo
Qual o segredo para criar uma marca a partir de um sonho – visto por muitos, na época, como um delírio –, transformá-la em um fenômeno internacional e mantê-la jovem e atrativa durante décadas? Com 34 anos de história, 20 edições realizadas, mais de 10 milhões de pessoas reunidas e 2.000 artistas escalados, o Rock in Rio desenvolveu uma cultura empresarial tão peculiar quanto bem-sucedida.
O público, acostumado a ir aos shows, pode agora conhecer também o negócio por trás do festival. Depois de algumas publicações com a história do evento ou de seu criador, o empresário Roberto Medina, foi lançado esta semana em São Paulo o primeiro livro dedicado à sua gestão: Rock in Rio – A Arte de Sonhar e Fazer Acontecer, escrito por Arthur Igreja e Allan Costa, com a contribuição dos executivos e diretores da marca.
Com tiragem inicial de 10.000 exemplares, o título, publicado pela Editora Gente, já possui versão eletrônica e ainda será transformado em audiobook e desdobrado em podcasts. “A intenção foi inspirar as pessoas a acreditarem em seus sonhos e buscarem a sua realização, mas com excelência”, ressalta Agatha Arêas, vice-presidente de Learning Experience do Rock in Rio. E, para inspirar, ela dá dez dicas com um pouco do conteúdo da obra:
1- Sonhe, acredite e vá atrás: todo mundo tem ideias, projetos, mas o que faz a grande diferença é a capacidade de tirá-los do papel. Quando o Rock in Rio foi criado, em 1985, o Brasil não estava na rota dos grandes shows de música e muitos apostavam que a sua realização não aconteceria.
2- O impossível não tem vez: para tornar a experiência positiva e inesquecível, seja do público ou do cliente, crie soluções se for necessário. Na primeira edição do festival, por exemplo, foi preciso desenvolver um mecanismo de dutos, embaixo do terreno, para conseguir bombear todo o chope que seria consumido no evento.
3- Discurso alinhado: não só no papel ou em uma planilha de excel, mas em seu propósito, visão e missão. Isso vale para toda a equipe envolvida no negócio, do CEO ao atendente de uma loja durante os dias de festa, passando pela cidade onde ele está inserido.
4- Atenção aos detalhes faz toda a diferença: embora agigantado e com mais atrações a cada edição, os organizadores do evento não abrem mão do cuidado com pequenas coisas. Não é folclore. Nos dias que antecedem o festival, o próprio Roberto Medina percorre toda a estrutura checando tudo, dos palcos às plantas da decoração.
5- Para se tornar uma marca relevante não basta ser reconhecida: é preciso estar sempre gerando repercussão, promovendo novas experiências e criando um laço emocional com o público. Como a Disney, o Rock in Rio é conhecido por criar constantemente novos atrativos e saber divulgá-los.
6- Inspirar e se deixar inspirar: a liderança precisa dar espaço a ideias novas e saber fazer com que todos os envolvidos se sintam parte de algo maior.
7- Atenção as mudanças no comportamento do consumidor: mesmo fiel aos seus valores, o negócio precisa entender e contemplar os novos hábitos do público. Nessa linha, o Rock in Rio abriu espaço, desde a edição de 2017, para uma área de jogos eletrônicos, a Game XP.
8- Liderar é a arte de fazer sucessores: o festival é um exemplo claro disso. Hoje, além de Roberto Medina, uma equipe que inclui, entre outros, sua filha, Roberta, seu filho, Rodolfo, e o CEO da marca, Luis Justo, falam com propriedade sobre o evento.
9- Paixão pelo o que se faz: é requisito básico para qualquer negócio ou iniciativa ir adiante.
10- Não existe jogo ganho: a postura positiva, a criatividade e o espírito colaborativo devem permear qualquer iniciativa. E o melhor Rock in Rio, claro, é sempre o próximo.