De Billie Eilish a Taylor Swift, jovens aquecem vendas de discos de vinil
Formato voltou a cair no gosto do público impulsionado pela adesão da geração Z
A cantora de 19 anos Billie Eilish não era nem nascida na época em que discos de vinis eram o meio dominante para se ouvir música em casa. A americana, porém, se tornou responsável por uma das maiores cifras já registradas no formato. Com o lançamento de seu segundo álbum Happier Than Ever no fim de julho, a cantora somou mais de 73.000 LPs vendidos na primeira semana em que esteve disponível, se tornando a segunda maior semana de vendas desde que a MRC Data (antiga Nielsen) começou a manter um registro de compras em 1991.
O recorde de maior semana de vendas de qualquer álbum de vinil na história dos Estados Unidos foi redefinido há apenas algumas semanas. Quem está na dianteira é Taylor Swift: em junho, a cantora lançou as edições em vinil do álbum Evermore, que, em seus primeiros sete dias de disponibilidade, vendeu mais de 102.000 cópias. Embora as encomendas tenham sido acumuladas por meses (ele foi lançado oficialmente em dezembro de 2020), o que justifica a ascensão meteórica ao topo, os dados mostram que a tendência de discos de vinis não só está voltando à tona, como também é mais popular hoje do que era na década de 1990.
A justificativa para a repentina renovação do formato cai no colo de quem tampouco estava aqui na época em que vinis dominavam a cena musical, em meados das décadas de 1980. Jovens da idade das cantoras, ou até mais novos que elas, têm tido uma predileção por objetos tidos por “retrô” – também entram na conta câmeras analógicas e instantâneas, roupas de brechós, carros antigos, entre outros. Quer seja pelo desejo de estar na moda ou por coleção, quer seja por nostalgia ou vontade de se reconectar ao passado, os novos consumidores têm sacudido a indústria. No primeiro semestre de 2020, a venda de LPs superou a de CDs pela primeira vez desde 1986, segundo pesquisa da Recording Industry Association of America (RIAA).
O aumento da demanda faz o preço subir, e objetos antes tido por ultrapassados agora ganham a alcunha prestigiosa de “vintage”. Versões novas de discos clássicos, como The Wall, do Pink Floyd, batem mais de 400 reais na Amazon, por exemplo. Alguns anos atrás, eram encontrados em lojas especializadas ou sebos por 50 reais. É a indústria provando que sim, ainda fazem música como antigamente.