David Corenswet, o novo Superman: ‘Minha versão é diferente das anteriores’
O ator de 31 anos fala sobre o desafio de dar vida ao Homem de Aço no novo filme da franquia e enaltece o caráter do herói da DC Comics

Na contramão dos anti-heróis da Marvel, esse Superman repaginado é um herói exemplar que existe em cores vibrantes. Por que o público de hoje precisa de um tom como esse? Todo tipo de herói é necessário. Para mim, é uma verdadeira alegria acompanhar as abordagens que personagens icônicos receberam ao longo dos últimos dez ou quinze anos. São mitos abundantes, ideais para se explorar na tela. Eu e (o diretor) James Gunn nos sentimos animados com tramas positivas, do tipo que enchem o espectador de entusiasmo — e, talvez, deem vontade de voltar para a fila e ver o filme mais uma vez. É importante levar o personagem a sério e explorar todas as suas possibilidades. Não vemos problema, inclusive, em terminar o enredo com alto-astral.
Qual foi o conselho mais essencial de Gunn durante o processo? Ele me disse para focar na humanidade do personagem, o que talvez tenha sido a direção mais importante que recebi. Superman é do bem. Ele quer o melhor para as pessoas da Terra, para seus amigos e para seus entes queridos — ou até para seus inimigos. Ele não deseja que Lex Luthor cumpra seus objetivos, claro, mas enxerga bondade dentro do vilão.
Parte do que faz o Superman icônico é seu traje inconfundível. Como foi vesti-lo pela primeira vez? Minha versão é diferente das anteriores, mas, obviamente, existem elementos constantes. O processo de construção do traje é incrivelmente complicado e levou meses. A roupa estava bem apertada na primeira vez que a provei, porque foi feita com base nas medidas que tinha antes de treinar para o papel. Ela também estava em retalhos, então pude acompanhar o processo de finalização. Minha ficha só caiu quando a vesti no set, com todas as partes, e vi a reação dos outros. A capa realmente é o toque final.
Sente diferença no tratamento nas ruas por causa da exposição com o Superman? Ainda não mudou tanto, mas estou animado para o lançamento do filme.
Costuma-se apontar a fadiga do público como motivo para o fracasso de certos filmes de super-herói recentes. Como essa produção busca driblar o cansaço? Nossa versão não enxerga a fantasia ou a energia desse universo com receio. O mundo que criamos é cheio de heróis, meta-humanos e cientistas malucos que competem por território — o Superman, claro, é o mais poderoso deles e está no topo da cadeia alimentar. James Gunn ama quadrinhos, foi com eles que aprendeu a ler, que cresceu. Esse laço fica transparente na tela.
Essa é a primeira adaptação do personagem para o cinema que traz Krypto, o supercão. Como foi trabalhar com o melhor amigo do Super-Homem? É ótimo trabalhar com cães, porque eles estão sempre felizes dentro do set e se exaltam ao ver novas pessoas. Eles também nunca reclamam. São um ótimo exemplo para nós, os atores humanos.
Publicado em VEJA de 4 de julho de 2025, edição nº 2951