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Cinema político leva os principais prêmios em Berlim

Temas como a pedofilia, a imigração e o aborto estão no centro dos grandes troféus da edição, encerrada no sábado, 16

Por Ana Weiss
Atualizado em 18 fev 2019, 15h44 - Publicado em 18 fev 2019, 15h44

As premiações do 69º Festival de Berlim entregues no sábado,16, confirmaram a vocação cada vez mais política da mostra de cinema, uma das mais importantes e respeitadas do mundo. Questões como pedofiliaimigraçãoaborto, além de denúncias reais, são temas dos filmes que juntaram mais Ursos de Ouro e Prata nesta edição, marcada também pela maior participação feminina de sua história.

Synonymes, de Nadav Lapid,  vencedor do prêmio principal, conta a história de refugiado israelense que deixa seu país por discordar da política vigente, em uma crítica explícita ao governo de Benjamin Netanyahu. “Este filme poderia ser definido como um escândalo em Israel. Mas, para mim, é uma grande celebração”, disse Lapid, que vive em Paris desde 2000, ao receber o troféu. A produção, parcialmente biográfica, já havia sido a escolha da crítica, no dia anterior à entrega das nominações principais.

O Urso de Prata de melhor filme reconheceu Grâce à Dieu, denúncia de François Ozon sobre abuso e violência sexual contra crianças cometidos por integrantes da Igreja Católica. Apresentada como obra de ficção, o filme conta a história real da criação da associação francesa de vítimas La parole libérée (A palavra liberada), fundada em 2015 por ex-escoteiros que contam terem sofrido abusos e violação sexual do sacerdote Bernard Preynant. Durante o festival, advogados do religioso entraram com ação para adiar a exibição do longa nas salas de cinema para depois da conclusão dos processos. Por enquanto, a estreia na França permanece prevista para este mês. 

Outro favorito desde o início do festival, So Long, My Son, do chinês Wang Xiaoshuai, recebeu dois Ursos de Prata: ator (Wang Jinchun) e atriz (Yong Mei). O filme narra a trajetória de três décadas de duas famílias submetidas às transformações radicais do país.

O Urso de Prata de melhor curta-metragem foi para Blue Boy, em que o argentino Manuel Abramovich exibe entrevistas sobre a questão do aborto feitas em um bar berlinense. Ao receber o prêmio, o diretor discursou sobre o tema, defendendo o aborto “legal, seguro e gratuito” na Argentina.

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Esta foi a edição com maior participação feminina da Berlinale, com sete de 16 filmes dirigidos por mulheres.

Veja a lista completa dos ganhadores

– Urso de Ouro de melhor filme: Synonymes, de Nadav Lapid, França/Israel/Alemanha

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– Grande Prêmio do Júri, Urso de Prata: Grâce à Dieu, de François Ozon, França

– Urso de Prata de melhor direção: Angela Schanelec, por Ich War Zuhause Aber, Alemanha/Sérvia

– Urso de Prata de melhor atriz: Yong Mei por So Long, My Son, de Wang Xiaoshuai, China

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– Urso de Prata de melhor ator: Wang Jingchun por So Long, My Son

– Urso de Prata de melhor roteiro: Maurizio Braucci, Claudio Giovannesi e Roberto Saviano por La Paranza Dei Bambini, Itália

– Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: Systemsprenger, de Nora Fingscheidt, Alemanha

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– Prêmio de melhor documentário: Talking About Trees, de Suhaib Gasmelbari,Sudão/Alemanha/Chade/Catar

(Com France Presse)

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