Cinco roubos que abalaram o mundo da arte
Assim como mural de Banksy em Paris, obras de Henry Moore, Edvard Munch, Pablo Picasso e da Vinci foram levadas por ladrões
Mural no Bataclan, de Banksy
Há duas semanas, um grafite do valorizado e misterioso artista de rua foi furtado na França. Para levarem a obra, que homenageia as vítimas do atentado na boate Bataclan, ocorrido em 2015, os ladrões tiveram de surrupiar, no meio da noite, a porta de emergência da casa parisiense na qual Banksy fez seu grafite — a figura de uma jovem encapuzada, de luto. A obra ainda não foi recuperada.
Figura Reclinada, de Henry Moore (1898-1986)
Mais pesada que a porta do Bataclan era a obra do escultor roubada em 2005 da fundação que leva seu nome, no interior da Inglaterra. Com mais de 2 toneladas, a figura de bronze emulava um distorcido corpo de mulher. A polícia solucionou o caso quatro anos depois, mas já era tarde: a obra fora derretida e vendida a um ferro-velho, por 0,05% do valor.
O Grito, de Edvard Munch (1863-1944)
A tela, que traz um homem emitindo grito em uma paisagem que se compõe em ondas — uma notável representação do desespero —, foi roubada duas vezes. Mas se tratava de versões diferentes da obra do norueguês. Em 1994, no lugar do quadro levado de uma galeria em Oslo, deixou-se um bilhete: “Obrigado pela segurança fraca”. Três meses depois, recuperou-se a pintura. A segunda foi roubada em 2004, de outro museu local, e reencontrada em 2006.
Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso (1881-1973)
A obra foi furtada do Masp, em São Paulo, junto com o quadro O Lavrador de Café, de Candido Portinari. O incidente ocorreu no fim de dezembro de 2007, quando uma porta do museu foi arrombada com macaco hidráulico e outra por pé de cabra. Passaram-se vinte dias até que se recuperasse a pintura, da fase azul de Picasso, avaliada em 50 milhões de dólares.
Mona Lisa, de Leonardo da Vinci (1452-1519)
O retrato da dama florentina solidificou seu lugar como pintura mais famosa do mundo graças a seu furto cinematográfico do Museu do Louvre, em 1911. O ladrão, Vincenzo Peruggia, escondeu-se no prédio em um domingo e agiu na segunda-feira, quando o Louvre estava fechado para manutenção — o sumiço só foi notado 24 horas depois. Após dois anos, Peruggia tentou repassar a obra a um negociador de arte italiano, que o denunciou.
Publicado em VEJA de 13 de fevereiro de 2019, edição nº 2621