Brie Larson mostra lado inocente em ‘Loja de Unicórnios’
Atriz estreia na direção e contracena com Samuel L. Jackson em drama indie disponível na Netflix
Brie Larson e Samuel L. Jackson: talvez você reconheça essa dupla de um certo blockbuster que já arrecadou mais de 1 bilhão de dólares ao redor do mundo. Mas Loja de Unicórnios, que estreou na última sexta-feira 5 na Netflix, pertence a outro universo: no lugar de super-heróis, super-vilões e alienígenas, o drama indie despretensioso fala de humanos e sonhos. E tem um unicórnio no meio do caminho.
O longa, que teve sua pré-estreia no festival de Toronto em 2017 e agora ganha distribuição mundial pelo serviço de streaming, conta a história de uma jovem artista que, depois de ser rejeitada na faculdade de belas artes, acaba num emprego tedioso de escritório para agradar aos seus pais. Desanimada, ela tenta, literalmente, “comprar a felicidade” numa loja, na forma do animal com o qual sempre se identificou – não por acaso, o símbolo máximo da inocência e da geração millenial: o tal unicórnio.
O filme marca a estreia de Larson na direção de um longa-metragem e sua presença no papel principal dá a ele um tom peculiar – é difícil enxergá-la, aos 29 anos e com um Oscar na mão, como essa garota que mal chegou à idade adulta. Esse estranhamento, porém, ganha sentido quando se percebe que o filme questiona o próprio significado da palavra “adulto”. Ser adulto é viver para os outros? É deixar de acreditar no lúdico e no original em nome de uma responsabilidade padronizante?
Loja de Unicórnios tem fragilidades inúmeras, é certo. Um pouco literal demais, um pouco ingênuo demais, o filme nem sempre convence, mas seu otimismo cor-de-rosa carrega algo de inspirador. E, se é para inspirar, que seja com o pé bem longe do chão.