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ArtRio mira em não especialistas para estimular as vendas

Mais importante feira de arte do Rio de Janeiro abre as portas em novo local, agora na Marina da Gloria

Por Marcelo Camacho
Atualizado em 14 set 2017, 08h54 - Publicado em 14 set 2017, 08h49

Um dos mais aguardados espaços de arte do Rio de Janeiro, a feira ArtRio começa nesta quinta-feira em novo endereço: saiu dos armazéns da Zona Portuária, onde funcionava desde 2011, para um salão de 5.000 metros quadrados no deslumbrante cenário da Marina da Glória, com vista para o Pão de Açúcar, à direita, e para o MAC, o Museu de Arte Contemporânea projetado por Oscar Niemeyer, do outro lado da Baía de Guanabara. Depois de uma prévia nesta quarta-feira para convidados, a ArtRio abre para o público das 14 às 21 horas, e segue até domingo (17), único dia em que fecha às 19 horas. O ingresso custa 40 reais.

Todas as obras expostas nas 73 galerias agrupadas sob o guarda-chuva da ArtRio estão à venda, para colecionadores, claro, mas também – e principalmente – para quem não tem muita intimidade com a arte. “Os colecionadores conhecem as galerias e os artistas. Não há necessidade de impactá-los”, diz Brenda Valansi, idealizadora e presidente da ArtRio. A expectativa é de que 20% dos visitantes comprem alguma coisa. “É um número muito bom”, avalia Brenda. “E mesmo quem não compra tem a oportunidade de apreciar arte, assistir a palestras, conhecer gente interessante do meio, se inserir nesse universo.”

Segundo Brenda, o propósito maior da ArtRio é formar um público interessado em arte. “Conheço pessoas que, nos primeiros anos, tinham vergonha de perguntar o preço de uma obra e agora precisam se controlar porque as paredes de casa estão cheias.” O contato direto com os galeristas e artistas ajuda a aproximar o público. “Os expositores estão aqui para tirar dúvidas, oferecer informações e desmistificar a ideia de que arte é para milionários e intelectuais”, afirma.

A maior parte dos espaços das galerias fica na área principal da Marina da Glória, dividida em duas categorias: Panorama, com nomes consagrados como Nelson Leirner, Alfredo Volpi, Waltercio Caldas e Abraham Palatnik, e Vista, com artistas mais jovens e repertório concentrado na arte contemporânea emergente. Uma tenda montada na área externa abriga outras duas atrações. Uma é a exposição Solo, que exibe obras de oito galerias sob o tema “Brazilwood” (mistura de Brasil com Hollywood) e curadoria da americana Kelly Taxter. curadora assistente do Jewish Museum, de Nova York. Outra é a feira de objetos de design – de tiragem única ou numerados.

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Ainda na tenda, o projeto Mira traz, toda noite, ao ar livre, projeções de vídeo-arte (sim, também dá para comprar). Por fim, o projeto Palavra apresenta performances de artistas como Cabelo e Paulo Bruscky, leitura de poesias e uma conversa com o poeta Antonio Cícero — na sexta-feira (15), às 16 horas. A programação completa está em www.artrio.art.br.

A crise econômica faz desta ArtRio uma exibição menos internacional que as anteriores. Em 2012, metade dos 120 expositores veio de fora do Brasil. Em 2014, a Gagosian, de Nova York, vendeu, no primeiro dia da ArtRio, uma tela do pintor impressionista Claude Monet por 20 milhões de reais. Em 2015, o número de galerias estrangeiras baixou para 25 e, no ano passado, para catorze. Este ano, serão apenas quatro stands internacionais, um deles da Other Criteria, do artista plástico britânico Damien Hirst. “A crise nos afetou, do mesmo jeito que afetou todo mundo. Mas já vínhamos nos preparando para isso”, diz Brenda. “Quando percebemos que a situação estava mudando, tomamos a iniciativa de reduzir o espaço e as dimensões do evento.” Menor e mais brasileira, a ArtRio é um programão neste fim de semana.

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