“Anti-heroínas me encantam”, diz diretor de ‘Cruella’
O australiano Craig Gillespie falou a VEJA sobre o filme
Como foi possível criar empatia entre o público atual e uma vilã tão rematada? Partimos da ideia de que Cruella é uma pessoa talentosa e impetuosa, que foi reprimida quando criança por não se adequar ao comportamento dito “normal”. É uma história pertinente aos dias de hoje. Como tantas outras pessoas, ela foi obrigada a não se aceitar, até decidir ser honesta consigo mesma — e isso demanda coragem.
Por que temperou o filme com a cultura punk? Cruella tem uma natureza rebelde, assim como o movimento punk. Aproveitamos para ousar no figurino e na trilha sonora. Eu tinha uma playlist no celular e tocava no set para entrarmos no clima.
Cruella é um filme família, mas sombrio. Como fez a Disney apostar nele? Passei toda a filmagem esperando alguém me ligar e dizer: “O.k., agora você foi longe demais”. Mas não aconteceu. Fiz Eu, Tonya e agora Cruella porque anti-heroínas me encantam, e me contrataram por isso. Para minha sorte, Emma Stone brilha como mocinha ou vilã.
+Cruella, que estreia nos cinemas e Disney+, humaniza história da vilã
Publicado em VEJA de 02 de junho de 2021, edição nº 2740