Anitta: o show da poderosa continua
A cantora levou o público ao delírio e ganhou a crítica americana ao exaltar o Brasil e a favela durante sua apresentação no Coachella

De Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio, para o mundo, Anitta, aos 29 anos, não para de bater recordes. Na terça-feira 19, ela alcançou o primeiro lugar do planeta em visualizações de videoclipes no YouTube. Envolver chegou a 140 milhões de espiadelas, e crescendo. No fim de março, o hit já havia posto a rainha do funk na liderança do ranking global do Spotify. Há quem justifique a sucessão de marcas inéditas ao poder que a artista tem de mobilizar seus fãs no Brasil — um olhar que o dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues resumiria a um complexo de vira-lata, que precisa ser vencido. Incansável e com um talento único no palco e na administração da carreira, Anitta vem causando furor por onde pisa. No último fim de semana, levou o público ao delírio e ganhou a crítica americana ao exaltar o Brasil e a favela durante sua apresentação no Coachella, o gigante festival pop, na Califórnia. Com shortinho e top nas cores da bandeira nacional — um dos três looks usados —, entrou de motocicleta no palco, cujo desenho bebia dos morros cariocas. O rapper Snoop Dogg, com quem fez algumas parcerias, foi escalado para apresentá-la. O repertório eclético da estrela, que nos últimos anos lapidou o inglês e o espanhol a ponto de lembrar os nativos dessas línguas, foi de Vai Malandra a Garota de Ipanema. E tem mais: ela é presença confirmada no Met Gala, um dos eventos de moda mais badalados do globo, que acontece no dia 2 de maio no Metropolitan Museum, em Nova York. Ainda ouviremos falar muito de Anitta, que parece ser incontornável, de tão interessante. Vai, malandra!
Publicado em VEJA de 27 de abril de 2022, edição nº 2786