Anitta: ‘Medicina’ é a mistura do Brasil com um tudo – até com vermífugo
Clipe traz lugar que lembra Wakanda, terra do Pantera Negra, além de China, Brasil indígena e Índia. Tudo costurado por uma música em castellano que gruda
A nova aposta de Anitta para ganhar espaço no cenário internacional é, como diria Cumpadre Washington, uma mistura do Brasil com o Egito — e também com um conhecido vermífugo, com um teaser de Pantera Negra e com a novela Caminhos das Índias, de Gloria Perez. Lançado nesta sexta-feira, o clipe de Medicina, que já virou meme por trazer à memória o remédio de nome idêntico ao adotado pela cantora, parece um almanaque da Lonely Planet, a marca de guias de viagem.
Há um vislumbre, docemente estereotipado, de diversos países. O Egito, propriamente, não aparece, mas há um território africano que lembra Wakanda, a terra do herói da Marvel, além de China, o Brasil indígena e a Índia. Tudo costurado por uma música em castellano, que tem odor de tutti frutti e gruda feito chiclete à primeira audição.
A própria Anitta — que dessa vez investiu forte no figurino, depois de praticamente dispensar roupa nos últimos clipes — encarna estereótipos. Vestida de amarelo, com largas argolas nas orelhas e uma corrente dourada no pescoço, parece um mash-up de Frida Kahlo com uma cantora de hip hop. Já de peruca loira e vestes mínimas, lembra uma latina — poderia ser mesmo uma brasileira — que dança pela periferia.
A música é uma composição de Mau (da dupla “Mau y Ricky”) e Caceres (“Felices Los 4”), com produção de John The Producer. O clipe, dirigido por Harold Jiménez, é, como os outros que Anitta tem lançado, bem feito. E, prepare-se: a música realmente se apega a você. Não tarda para ser uma nova Paradinha, cantada e rebolada redes sociais afora.