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Ana Botafogo sobre fazer balé aos 67 anos: ‘Todo corpo dança’

Bailarina participa da montagem de 'O Quebra-Nozes', espetáculo clássico de Tchaikovski que esgota ingressos nas temporadas de fim de ano

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 dez 2024, 17h31

Típico das celebrações de fim de ano, o clássico balé O Quebra-Nozes rapidamente esgota ingressos no Brasil e no mundo. Não foi diferente com a apresentação idealizada pela companhia de dança Cisne Negro, que acontece entre os dias 19 e 23 de dezembro no Teatro Santander, em São Paulo, com a participação da veterana dos palcos Ana Botafogo. A VEJA, a bailarina, hoje com 67 anos, fala sobre o espetáculo criado pelo compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski, no qual uma jovem se apaixona por um boneco no Natal.

Seria O Quebra-Nozes seu balé favorito? Eu digo que ele só não é meu favorito porque eu danço pouco – e bailarina gosta de dançar o tempo todo. O Quebra-Nozes é um dos balés que eu mais dancei na vida. A primeira vez foi em 1979, no Theatro Municipal, na época eu era da Associação de Ballet do Rio de Janeiro. Fiz por muito tempo as personagens Rainha da Neve e a Fada Açucarada. Hoje não danço de ponta, faço uma participação como a mãe da protagonista, Clara.

Qual o principal desafio de fazer esse balé especificamente? O grand pas de deux da Fada Açucarada demanda um fôlego muito longo. Acho que ele dura uns seis minutos. É muito intenso, com muitas piruetas e saltos, então a bailarina fica bastante cansada. O desafio da bailarina é que ela tem que ser sempre delicada e passar a ideia de leveza, mesmo fazendo algo muito intenso e cansativo, que exige fôlego e resistência muscular. A gente sai do palco exausta.

Qual seu preparo físico atualmente? Antes da pandemia, eu fazia aulas de balé clássico todos os dias, agora não mais. Não danço mais na ponta. Mas eu faço musculação, alongamento e aulas de dança com frequência.

Dançar é para todos? Sim, mas depende do seu objetivo. Quem começa com 30, 40 anos, não vai se tornar um bailarino profissional. Todo corpo dança. Mas não dá para colocar uma pessoa de 50 a 60 anos fazendo o que uma bailarina clássica de 18 anos faz. Cada um deve encontrar o estilo que lhe cai melhor e existem muitas opções e benefícios. Eu entrei como madrinha do projeto Ballet aos 60, da Lu Fernandez, minha sócia e que começou a dançar depois dos 60 anos de idade. Também estou fazendo uma pós-graduação no Theatro Municipal em pedagogia da dança. E uma das minhas ideias é exatamente trabalhar e pesquisar sobre o balé na fase adulta. Estou muito empenhada em melhorar cada vez mais as metodologias que temos para olhar com carinho para esses adultos, pois a dança traz muita saúde e prazer.

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Cena do balé 'O Quebra-Nozes' -
Cena do balé ‘O Quebra-Nozes’ – (//Divulgação)

Antigamente, balé era algo voltado principalmente para crianças e jovens. Esse cenário mudou? Nos últimos anos, a busca pelo balé adulto tem sido muito grande. Todas as academias de dança no Brasil oferecem essa modalidade, tanto iniciante como o balé adulto, que é voltado para as pessoas que fizeram balé na vida e pararam por algum motivo. Mas o corpo tem memória e elas conseguem voltar e acompanhar uma aula mais adiantada. Mas tem a pessoa que nunca dançou e agora quer viver isso, seja porque finalmente tem condições financeiras, tempo para se dedicar, enfim. São alunos que não faltam, que se dedicam e que querem ter a dança em suas vidas, o que é maravilhoso.

Quais benefícios a senhora destaca? Primeiro, a dança trabalha a musculatura, fortalece e alonga. Traz mobilidade articular, deixando as articulações lubrificadas. Ela traz melhoras na coordenação motora, o que também afeta a saúde mental, e trabalha a respiração. Ela é, aliás, um exercício para o cérebro enquanto você aprende a coreografia e repete séries de movimentos. Dançar dentro de uma métrica e ouvir a música também traz prazer.

A senhora começou a dançar muito jovem, em um tempo no qual não se fazia balé na vida adulta. Imaginou que passaria dos 60 ainda vivendo da dança? Não. Para começar, eu nem imaginava que seria uma bailarina profissional. Depois, não achei que teria uma carreira tão longa. Mas eu fui entrando em todos os buraquinhos que a dança me dava a chance. Me adaptei, ampliei minha atuação na área, dando palestras, consultorias, fazendo coreografias. Eu dancei profissionalmente até perto dos 60. E espero chegar aos 70 podendo me manter fisicamente ativa.

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