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Alec Baldwin: o que aconteceu minutos antes do tiro acidental no set

Em conversa com os investigadores, equipe diz não ter certeza se armas foram checadas e descrevem ensaio de cena com arma apontada para a câmera

Por Amanda Capuano Atualizado em 25 out 2021, 13h04 - Publicado em 25 out 2021, 11h53

Na noite do domingo, 24, o New York Times divulgou uma série de detalhes sobre o trágico acidente no set do filme Rust que matou a cinegrafista Halyna Hutchins. Segundo o diretor Joel Souza, atingido no ombro, Alec Baldwin ensaiava uma cena que envolvia apontar um revólver “na direção da lente da câmera” quando a arma – que disseram a ele estar descarregada – disparou repentinamente, acertando a cinegrafista no peito.

O relato explica por que a arma estava apontada para Halyna no momento do disparo, mas não esclarece a razão de ela estar carregada. Souza disse aos investigadores que os revólveres costumavam ser checados pela armeira Hannah Gutierrez-Reed, e verificados novamente pelo assistente de direção Dave Halls, que as entregava aos atores. Segundo um produtor que preferiu não ser identificado, a ordem de quem maneja armas nos sets envolve uma sequência precisa, mas os atores de Rust recebiam revólveres tanto por meio de Halls quanto de Hannah.

Pouco antes do acidente, na quinta-feira, 21, houve uma pausa para o almoço e a equipe foi levada de ônibus para se alimentar fora do set. Eles, então, retornaram para o local da gravação, e o diretor disse “não ter certeza se a arma foi checada novamente.” A desconfiança também foi apontada por Reid Russell, um cinegrafista que estava perto de Halyna e Souza quando a arma disparou. Ele contou aos investigadores que se ausentou por cinco minutos depois de retornar do almoço e, quando reiniciou a gravação, Baldwin, Halyna e Souza estavam preparando a cena já “em posse da arma de fogo”, que ele diz não poder afirmar se foi inspecionada durante sua ausência. 

Segundo os relatos, quando tudo aconteceu Baldwin estava sentado em um banco de madeira de uma igreja cenográfica, ensaiando cena que envolvia apontar o revólver para as lentes da câmera. Apesar de não garantir que o armamento foi duplamente checado, Russell narra em seu depoimento que a ordem correta  foi seguida: Halls pegou o revólver de uma bandeja montada pela armeira Hannah Gutierrez-Reed e o entregou a Baldwin, avisando que a arma estava “fria” – ou seja, descarregada. O ator, então, explicava como iria sacar a arma para a cena, puxando-a do coldre, quando o disparo aconteceu.

Joel Souza relata que estava ao lado de Halyna “vendo o ângulo da câmera” quando ouviu o que “soou como um chicote e depois um estalo alto.” Ele, então, viu a diretora de fotografia agarrar a barriga e cambalear para trás, ao mesmo tempo em que percebeu estar com o ombro sangrando. Russell se lembra de ter ouvido Halyna dizer que não sentia as pernas. Os relatos foram coletados pelo detetive Joel Cano em um mandado de busca para apreender os cartões de memória das câmeras – embora Joel tenha dito que a cena não foi gravada, por se tratar de um ensaio -, fragmentos de ossos, descargas de arma de fogo, e tudo o mais que envolvia o cenário. 

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Segundo a imprensa americana, ao menos outros dois incidentes com armas cenográficas foram registrados por funcionários do filme gravado no Novo México antes do episódio que vitimou Halyna. O depoimento de Russell aponta que Baldwin era “muito cuidadoso” com as armas de fogo e tentava garantir a segurança no set. Ele cita como exemplo uma cena anterior em que o ator garantiu que nenhuma criança estivesse por perto quando disparasse a arma. Souza, por outro lado, foi questionado sobre como os membros da equipe de produção – que denunciavam condições precárias de trabalho – estavam se comportando enquanto montavam a cena, e disse que “todos pareciam estar se dando bem.” Fato é que ainda há muitas lacunas a se preencher sobre o caso.

 

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