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O destino pouco conhecido por brasileiros que reinventa o luxo

Quase metade de seu território é preservado

Por Duda Monteiro de Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 abr 2025, 11h55 - Publicado em 14 abr 2025, 19h14

Entre as águas cristalinas do Oceano Índico, as 115 ilhas de Seychelles representam um dos experimentos mais bem-sucedidos de harmonização entre desenvolvimento turístico e preservação ambiental. Este pequeno país africano insular, com uma população de menos de 100 mil habitantes, tornou-se um laboratório vivo de práticas sustentáveis que desafiam a lógica convencional do turismo de massa.

Um Modelo de Conservação

Desde sua independência em 1976, Seychelles estabeleceu um sistema de proteção ambiental que hoje cobre 47% de seu território terrestre – a maior porcentagem de qualquer nação. Em 2014, tornou-se pioneiro global ao banir completamente plásticos descartáveis, medida ousada para uma economia que depende do turismo (responsável por 65% do PIB).

Os esforços de preservação do mar são igualmente impressionantes. Em 2018, o governo criou uma reserva marinha de 210.000 km², área equivalente ao território da Grã-Bretanha, protegendo 30% de suas águas territoriais. Esta decisão salvaguarda ecossistemas únicos que abrigam 1.000 espécies de peixes e 300 de corais.

A experiência que transforma visitantes

A empresária-humanitária Gisele Abrahão, que visitou o arquipélago com a família, relata como essas políticas se traduzem em vivências concretas: “Em North Island, ficamos em uma vila integrada à natureza onde o banheiro a céu aberto transformava cada banho em uma comunhão com a natureza“, diz a CEO da Global Vision Acess.

O compromisso ecológico se estende à cadeia alimentar. Seychelles importa apenas 15% de seus alimentos, priorizando a pesca sustentável e a agricultura local. “Era uma gastronomia que respeitava sua origem e honrava o ambiente. E sentíamos isso em cada mordida”, conta Gisele.

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Educação ambiental na prática

Os parques nacionais de Seychelles funcionam como centros de pesquisa e educação. No Vallée de Mai, Patrimônio Mundial da UNESCO, os visitantes aprendem sobre o famoso coco-de-mer, espécie endêmica cuja preservação ajuda a financiar outros projetos ambientais.

“Não voltamos com malas cheias de souvenirs. Voltamos com algo muito mais duradouro: consciência. E um compromisso renovado de viver, viajar e educar nossos filhos com essa consciência em mente”, relata Gisele.

O futuro do turismo

Seychelles enfrenta o paradoxo de promover o turismo enquanto protege seus frágeis ecossistemas. A solução encontrada foi limitar o número de visitantes (apenas 350.000 por ano, menos que 1% do fluxo turístico do Caribe) e investir em um modelo de alto valor e baixo impacto.

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Os resultados falam por si: enquanto a média global de recifes de coral saudáveis é de 30%, em Seychelles esse número chega a 65%. As populações de tartarugas marinhas, que estavam em declínio nos anos 90, hoje crescem 3% ao ano.

“Mesmo dependendo do turismo, eles não abrem mão de certas coisas. Por exemplo, não há bangalôs nas águas. Seychelles consegue manter a essência em um mundo que fala de desenvolvimento e desenvolvimento. a gente nem entende como eles conseguem sustentar isso”

Um legado para as próximas gerações

Este pequeno arquipélago prova que, quando políticas públicas visionárias se unem à conscientização dos visitantes, é possível criar um modelo turístico que beneficie tanto a economia quanto o ecossistema – lição valiosa para um mundo em busca de soluções sustentáveis.

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Como bem resume a pequena Giovanna, de 10 anos: “Tudo parecia intocado, até sagrado. Seychelles vive em harmonia com a natureza, não contra ela”.

 

 

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