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Nada é para sempre: cresce o movimento de remoção de tatuagens

A onda conta com a ajuda de novos recursos tecnológicos para a extração de marcas na pele

Por Valentina Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jun 2025, 08h00 •
  • Nada é para sempre: cresce o movimento de remoção de tatuagens Nada é para sempre: cresce o movimento de remoção de tatuagens
  • Lá se vão 5 000 anos desde que civilizações diversas passaram a cravar tatuagens no corpo. Na Antiguidade, os símbolos permanentes viraram coqueluche. Ora funcionavam como sinal de honra, ora demarcavam as funções na escala social, como no Egito, onde guerreiros e sacerdotes exibiam cada qual um tracejado na pele. Muitos povos também lhes conferiam o poder de proteção contra espíritos malignos. Insuflados pelos ventos da modernidade, porém, os desenhos feitos para ficar se transformaram em expressão da tão cultuada individualidade. O que sobrevivia inabalável até bem pouco tempo atrás era a ideia de que se tatuar deveria ser ato revestido de certeza, já que a tentativa de apagar o pontilhado feito à base de agulhadas sempre doeu horrores, custou caro e, muitas vezes, nem sucesso se obtinha.

    Pois isso está mudando, com um empurrão da tecnologia, que facilita o processo de deletar imagens da epiderme, e o impulso de uma geração que não quer saber de eternidade em nenhum setor da vida. Nos últimos tempos, o movimento em clínicas dermatológicas especializadas na retirada das tattoos só aumenta — algo que se reflete nas buscas do Google, onde a procura pelo termo “remoção de tatuagem” subiu 50% em um ano. Não há números oficiais sobre isso no Brasil, mas a agenda cheia em alguns dos mais respeitados estabelecimentos do gênero confirma o fenômeno. “Batemos em seis meses de 2025 o resultado de 2024”, diz Gabriel Demarco, sócio de uma clínica no Rio de Janeiro.

    A difusão de modernos aparelhos que elevam a eficácia e diminuem o sofrimento do paciente ajuda a atividade. Eles são capazes de disparar feixes de laser responsáveis por fragmentar os pigmentos em ínfimas partículas que são absorvidas e eliminadas pelo corpo em um trilionésimo de segundo — três vezes mais rapidamente do que uns anos atrás. “Os equipamentos de última geração são bem mais eficientes, o que resulta em menos sessões para alcançar o mesmo objetivo”, diz o dermatologista João Paulo Yamagata. Em geral, bastam de quatro a oito visitas ao consultório versus as mais de dez de antes. O tratamento sai a partir de 150 reais por sessão e pode variar dependendo da complexidade, do tamanho e da quantidade de cores envolvida.

    A impermanência que caracteriza os jovens de hoje é fator decisivo para fazer crescer o pelotão dos arrependidos. “As novas gerações já nascem imersas em fluidez, o que torna a gravação de um desenho na pele menos relevante como símbolo de identidade”, afirma o antropólogo Bernardo Conde. Recentemente, uma campanha da marca americana Reformation viralizou ao estampar uma foto do ultratatuado comediante Pete Davidson com o corpo liso. Era truque de computação, mas projetava um futuro: ele já gastou 1 milhão de reais para voltar atrás e, em breve, aparecerá como no catálogo. Dona de quinze tattoos, a estudante de biologia Maria Paula Vasconcelos, 22 anos, resolveu remover duas das que havia feito na adolescência. “A personalidade muda. A pessoa que tatuou um cupido aos 15 não é mais a mesma”, diz.

    Expressão de rebeldia no passado, a tatuagem alcançou o apogeu no início dos anos 2000 e ganhou adeptos até entre os mais conservadores. Passadas três décadas, esse contingente que não teve medo das agulhas também invade as clínicas em busca de limpar a pele. “Na escola da minha filha, as amigas perguntavam quem era o louco que vinha trazê-la”, diz o funcionário público Luiz Fernando Biller, 37 anos, que tinha tatuado o rosto para disfarçar cicatrizes de acnes e agora suspira aliviado ao reaver a tez original. Com a ajuda da tecnologia, apagar as marcas do passado nunca foi tão fácil.

    Publicado em VEJA de 30 de maio de 2025, edição nº 2946

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