Kate volta a fazer aquilo em que é inigualável: influenciar os guarda-roupas
Ela faz e acontece com o que veste, ao molde do que fez a sogra que não conheceu, Diana
Houve um interregno, é verdade, porque a princesa de Gales, Kate Middleton, 43 anos, teve de sair de cena para cuidar de um câncer na região abdominal, cujos detalhes nunca foram revelados. Mas, ao retornar à ribalta, de ar saudável e sorriso largo, a mulher do príncipe William retomou a estrada que a transformou em ícone de moda. Talvez como ninguém mais no mundo, ela faz do vestuário um manifesto de discrição, modernidade e diplomacia. Kate é o exemplo mais bem acabado de personagem a refletir uma conhecida frase da estilista francesa Coco Chanel (1883-1971): “A moda não é algo que existe apenas nos vestidos, tem a ver com ideias, com a forma como vivemos, com o que está acontecendo”.
As mais recentes aparições de Kate acrescentaram novos capítulo a essa lição de estilo. Quando ela usa um colar com as iniciais dos filhos, George, Charlotte e Louis, deixa claro que a maternidade é central em sua vida e fundamental para a construção da identidade pública. Ao apostar em estilistas ingleses, valoriza a indústria de seu país. Ao vestir uma peça acessível de rede popular, como o blazer que ostentou recentemente, cria proximidade com o público. Ao repetir roupas, e dá-lhe aquele vermelhão McQueen, sem a cafonice do luxo pelo luxo, evoca uma das preocupações seminais do planeta: a sustentabilidade. Até escolhas que parecem apenas estéticas carregam mensagens políticas. Na visita do presidente francês Emmanuel Macron à Inglaterra, Kate surgiu pela primeira vez em um desenho de Sarah Burton para a Givenchy — era o traço de uma estilista britânica, mas para uma das maiores grifes da França. O gesto, inteligente e calculado, simbolizava a união entre os dois países. Nada é por acaso, e não por acaso o que Kate exibe logo faz disparar as vendas. “A força de Kate está em seu impecável desempenho como royal”, diz a consultora de moda, Gloria Kalil. De fato, ela se porta melhor do que a própria realeza: não se envolve em escândalos, não dá um passo fora do protocolo, está sempre impecável em cerimônias, transmite resiliência ao enfrentar uma doença grave e aparece sorridente ao lado dos filhos. Tornou-se, enfim, sem que fosse essa a ideia original, uma “superinfluencer”, como anota Gloria.
A postura de Kate é constatação de que nem sempre o passado se repete como farsa. Ela faz e acontece com o que veste, ao molde do que fez a sogra que não conheceu, Diana. Há, contudo, uma diferença: a mãe de William, em conflito com Charles, vestia para chamar atenção, vez ou outra, como no célebre longo hiperdecotado que ostentou como provocação ao marido, que a traía. Kate vive em cotidiano aparentemente mais tranquilo, e por isso não vai de exageros. Os poás que remetem a Diana nada têm de ironia, representam apenas a homenagem necessária e delicada. A princesa é clássica, mas nunca antiquada. Moderna, mas jamais extravagante. Próxima, mas ainda inalcançável. Olhe para o lado, e algo haverá que tenha sido bebido da simpática e bela moça.
Publicado em VEJA de 19 de setembro de 2025, edição nº 2962
Lula mantém popularidade, mas perde terreno entre eleitores independentes
Lucro da Petrobras sobe 23% no terceiro trimestre, enquanto exportações da China caem
Michael Caine e mais: os artistas que cederam suas vozes para clonagens de empresas de IA
Pantanal e Amazônia já superam limite de aquecimento previsto no Acordo de Paris
Ibovespa renova recorde atingindo 154 mil pontos com crescimento de 28% em 2025







