Comportamento

Idosos jogam mais videogame do que frequentam teatros e bibliotecas, aponta pesquisa

Os jogos eletrônicos também ficam na frente de museus e feiras de livro para a melhor idade

Por Natalia Tiemi Hanada SEGUIR SEGUINDO 7 mar 2025, 17h00

Mão de idoso segurando console d video game — Quanto mais velho, mais díficil se torna o acesso a atividades culturais, de acordo com pesquisa (herraez/Getty Images)

Não pense que os videogames são apenas para os jovens. Os idosos também gostam dos jogos eletrônicos, que são até mais populares que idas a teatros e bibliotecas entre a melhor idade. De acordo com dados divulgados em fevereiro, 20% das pessoas com mais de 60 anos tiveram acesso a jogos eletrônicos nos últimos 12 meses, enquanto 18% a teatros e 15% a bibliotecas.

A pesquisa Cultura nas Capitais realizada pela consultoria JLeiva Cultura & Esporte em parceria com o Instituto Datafolha, entrevistou 19.500 brasileiros nas 27 capitais do país, sendo que 20% tinham mais de 60 anos. A maior parte dos idosos, 51% dos entrevistados, afirmaram que a leitura é a atividade cultural mais realizada.

Gráfico que indica que acesso a jogos eletrônicos entre idosos brasileiros é maior do que museus e bibliotecas — O acesso a jogos eletrônicos entre idosos brasileiros é maior do que museus e bibliotecas (Cultura nas Capitais/Divulgação)

O número de pessoas que têm acesso a jogos eletrônicos é maior para as outras faixas etárias. Entre os jovens de 16 a 24, jogar videogame é a atividade mais realizada, com 83% das respostas, em contraste com 72% de leitura. Dos 35 aos 44, a porcentagem cai para 56% para videogames e 64% para leitura.

Os resultados indicam que quanto mais velha, a pessoa tem menos acesso a atividades culturais, sendo que a porcentagem das atividades culturais realizadas por idosos estão abaixo da média para todas as faixas etárias.

Um fator que diminui ainda esses números é a escolaridade. Idosos com escolaridade somente até o fundamental têm menos que metade do acesso às atividades culturais analisadas, que a média geral, com exceção da leitura. O mesmo ocorre com as pessoas com mais de 60 e que não tiveram acesso à internet nos últimos 12 meses antes da pesquisa. A ressalva nesse caso são as feiras de livros, que 11% desse grupo teve acesso, um pouco mais da metade dos 21% da média geral.