Grandiosos e até ‘sobrenaturais’: tudo sobre os figurinos indicados ao Oscar 2025
Entre os concorrentes na categoria estão 'Wicked', 'Nosferatu', 'Um Completo Desconhecido', 'Conclave' e 'Gladiador II'

Nesta quinta-feira 23, foram divulgados os indicados a 97ª edição do Oscar pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Assim, todos os olhares se voltam à maior premiação do cinema mundial, inclusive o mundo da moda que, além do tapete vermelho, coloca atenção aos concorrentes de melhor figurino: “Wicked”, “Nosferatu”, “Um Completo Desconhecido”, “Conclave” e “Gladiador II”. Aos detalhes:
Riqueza Extrema de Detalhes
Assinado pelo premiado Paul Tazewall, vencedor do Tony e do Emmy, e novamente indicado ao Oscar (antes em 2021, pelo filme “Amor, Sublime Amor”, de Steven Spielberg), o figurino de “Wicked” traz vestimentas elaboradas e poderosas, com materiais que vão de casca de árvore a diamantes – especialmente as usadas protagonistas, as Bruxas Elphaba, de Cynthia Erivo, e Glinda, de Ariana Grande.
Para se ter uma ideia, um dos vestidos usados por Ariana, costurado a partir de 20 mil contas bordadas no corset, precisou de mais de 225 horas para ficar pronto. Contando que o acervo tem mais de mil itens e levou dois anos para ser feito, envolvendo mais de 100 pessoas, entre alfaiates, costureiros de alta costura, tecelões, modistas, bordadeiras, artesãos de feltro, tricoteiros, sapateiros, armeiros, joalheiros e especialistas em impressão 3D e manipulação a laser, trabalhando simultaneamente em oito ateliês diferentes, pode-se imaginar o tamanho do preciosismo de cada peça, o que torna o figurino de “Wicked” um dos favoritos ao prêmio da categoria.

Aterrorizante e quase Sobrenatural
Para criar o figurino da memorável Ellen Hutter, interpretada por Lily-Rose Depp, uma mulher alemã atormentada do século XIX, possuída pelo desejo do vampiro Conde Orlok em “Nosferatu”, a figurinista Linda Muir não se inspirou apenas em uma imagem específica ou uma figura histórica. Suas fontes foram menos palpáveis, mas muito mais significativas, entre palavras e sentimentos sobre amor, paixão intensa, medo, fragilidade e vulnerabilidade.
O resultado impressiona com a delicadeza e, ao mesmo tempo, a densidade que aparecem tanto nas camisolas translúcidas de Lilly, tornando a imagem da personagem quase sobrenatural; até os trajes do Conde, interpretado por Bill Skarsgård, com referências detalhadas do vestuário da nobreza da Transilvânia do final do século 16 (o filme se passa séculos depois mas o vampiro é um morto-vivo com séculos de “vida”), passando ainda pela peculiar alfaiataria do cientista ocultista de Willem Dafoe.

Transformação Completa
Protagonizado pelo estiloso e queridinho da moda Timothée Chalamet na pele do lendário Bob Dylan, “Um Completo Desconhecido” tem seu figurino assinado pela experiente Arianne Phillips, responsável por produções como “Johnny & June” e “Era uma Vez em… Hollywood”. No longa de James Mangold, que retrata a carreira inicial do astro do rock entre 1961 e 1965, ela recria fielmente os trajes usados por ele em momentos cruciais como na sessão de fotos de 1963 para a capa do álbum “Freewheelin’“ e na turbulenta turnê de 1964 com Joan Baez.
São mais de 65 trocas de roupa que não só reproduzem peças icônicas como a jaqueta de couro e a camisa vermelha de botão que Dylan usou em Newport, como trazem inspirações de Arianne para situações pessoais do roqueiro, evidenciando o quanto ela realmente mergulhou na história de Dylan e entendeu como ele se vestia e se apresentava ao mundo, conseguindo magistralmente transformar Chalamet à imagem e semelhança do astro.

Mergulho no Vaticano
Uma pesquisa minuciosa das vestimentas do Vaticano, feita pela figurinista Lisy Christl em Roma, foram a base de criação dos figurinos de “Conclave”. O interessante, porém, é que não são réplicas atuais. São, na real, mais próximas ao vestuário antigo dos cardeais, com tecidos e materiais datados do século XV, por terem cores mais sóbrias.
É claro que as roupas seguem as regras religiosas, mas Lisy aproveitou cada brecha dessas normas para criar uma imagem perfeitamente coordenada ao drama retratado no filme que conta a história do cardeal Thomas Lawrence (Ralph Fiennes), que durante o processo religioso e secreto da Igreja Católica para eleger o próximo papa, se vê investigando segredos e escândalos sobre os candidatos.

Gladiador II
Como seu antecessor, “Gladiador”, que venceu o Oscar de melhor figurino em 2000, “Gladiador II” traz figurinos grandiosos, dignos de um filme épico ambientado na Roma Antiga. Para o segundo longa, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington, o figurino com cerca de 2 mil trajes, dividido entre a premiada Janty Yates e Dave Crossman.
Juntos, eles criaram vestimentas imponentes e cheias de referências históricas, vindas de uma grande pesquisa feita em museus e mercados de antiguidades em países como Nova Zelândia, Hungria e Inglaterra, além de obras dos artistas Jean-Joseph Benjamin Constant e Jean-Léon Gérôme – todas, porém, são perfeitamente combinadas à criatividade artística de cada um e evoluem ao longo da trama, especialmente as relacionadas às guerras e armaduras.
