Aplicativo para pessoa com deficiência democratiza a boa forma
Ferramenta britânica reúne 600 vídeos tutoriais com exercícios voltados a seis tipos de limitações físicas
Às vésperas de começar os Jogos Paralímpicos, de Paris, uma novidade que pode estimular novos atletas brasileiros: chegou ao país um aplicativo gratuito voltado às pessoas com deficiência, que desejam entrar em forma. O país tem uma população de 18,3 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, de acordo com o último IBGE. Nesta quarta-feira, a partir das 15 horas(de Brasília), 255 atletas brasileiros estarão presentes na cerimônia de abertura dos jogos, entre elas, Carol Santiago, nadadora que já tem três ouros no currículo. Todos ansiosos para representar o país em 20 das 22 modalidades paralímpicas. Chegar a Paris, é uma superação, principalmente pelas dificuldades de acesso a treinamentos compatíveis às limitações físicas de cada um.
É justamente aí que a nova ferramenta desenvolvida pelos britânicos, AccesserCise, deve fazer diferença. O Brasil se destaca como o primeiro país da América do Sul a recebe-la e até agora o único do mundo a disponibilizar gratuitamente o acesso. Ao baixar o aplicativo, o usuário terá aproximadamente 600 vídeos, para seis tipos de deficiência. “Ele foi desenvolvido para amputados, cadeirantes, pessoas com paralisia cerebral e mais três condições que estamos ajustando: síndrome de down, cegueira e baixa visão”, diz Erinaldo Chagas, vice-presidente da Associação Brasileira de Desporto para Deficientes, entidade que trouxe o AccesserCise em parceria com a Unifesp. “São pouquíssimas as academias preparadas para receber esse público”. A iniciativa ajuda na democratização do acesso à preparação física, com ajuda de exercícios de musculação, por exemplo.
História de vida
Outro envolvido no negócio é Guilherme Guimarães, ex-country manager da Strava, um aplicativo direcionado para ciclistas. Conhecido pela veia empreendedora e pela paixão pelo esporte, Guimarães ficou encarregado da divulgar e de viabilizar a parte comercial da plataforma, que está aberta a patrocínios. Além disso, há uma razão ainda maior para estar no projeto: o executivo deseja muito que o filho, diagnosticado com paralisia cerebral com 1 ano, tivesse as mesmas condições de se exercitar que as crianças que nascem sem restrições.