Documentário de Bob Dylan tem cenas de shows reais – e incendiárias

(Na Netflix) A turnê Rolling Thunder Revue, entre 1975 e 1976, foi uma espécie de volta às origens para Bob Dylan. Ele trocou os grandes estádios por teatros em cidades canadenses e americanas. Apresentava-se ao lado de uma trupe de músicos, cantores (incluindo as musas folk Joan Baez e Joni Mitchell) e artistas circenses. Dylan adotou um visual burlesco, com rosto pintado, e realizou shows vigorosos, que traziam canções consagradas de seu repertório e novidades, como Hurricane, que faria parte do álbum Desire, de 1976. Martin Scorsese — que assina outro documentário sobre Dylan, No Direction Home (2005) — registrou os shows, e agora recuperou esse material em um filme fiel ao modo muito pessoal com que o compositor retrata (ou deforma) a realidade: ficção e fato misturam-se, com depoimentos de figuras que não existem e lorotas óbvias contadas pelo próprio Dylan. As cenas de show são reais — e incendiárias.

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