Disco de Mônica Feijó revela a tristeza do frevo
Temas carnavalescos ganham novo tratamento em projeto da atriz e intérprete pernambucana
O compositor Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba (1904-1997), dizia que, se fosse orquestrado, o frevo poderia se tornar a versão brasileira do jazz. Foi inspirada nessa frase que a atriz e intérprete pernambucana Mônica Feijó arquitetou o projeto Frevo Para Ouvir Deitado, primeiro em curtas temporadas de shows e agora em disco. Mas na voz da cantora — e sobretudo nos arranjos do baixista Areia — os temas carnavalescos ganham um tratamento mais de fado do que de jazz. Com o bandolim delicado de Rafael Marques, as letras das composições carnavalescas revelam um quê de tristeza, com suas histórias de amor perdido, como se ouve em À Procura de Alguém, de Capiba, e em A Dor de Uma Saudade, de Raul Moraes.