Cidade dos Sonhos: longa de David Lynch volta ao cinema (e ainda encanta)
Obra-prima do diretor chega aos cinemas em uma versão de maior qualidade

Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, Estados Unidos/França, 2001. Em cartaz no país)
Três meses após a morte do visionário David Lynch, aos 78 anos, chega ao Brasil a cópia restaurada em ultra-alta resolução da obra que melhor o sintetiza — feita em comemoração aos vinte anos do filme. Nele, a jovem interiorana Betty (Naomi Watts, em começo de carreira) chega a uma fantasiosa Hollywood com esperanças de cavar seu espaço, mas é surpreendida por uma mulher amnésica (Laura Harring) na casa em que se hospeda. Juntas, as duas investigam a identidade perdida da morena e entram num vórtex psicodélico que mescla suas consciências. Na falta de respostas claras, o longa oferece um mergulho pelo subconsciente e pelo imaginário temático da indústria cinematográfica, da máfia ao faroeste, capturando a face obscura do estrelato sem deixar de lado a potência hipnótica do diretor.