Cantar com fé
O rapper americano Kanye West lançou um disco inteiro dedicado a Jesus. Mas ele não foi o primeiro - nem o melhor - a demonstrar sua convicção religiosa
No fim de outubro, o rapper americano Kanye West lançou Jesus is King, álbum no qual discorre sobre sua devoção ao cristianismo (crítica mais tarde). Embora a religiosidade sempre tenha feito parte da sua vida, foi a primeira vez em que West se dedicou inteiramente a esse tema num único disco. Ele não foi o único: o universo pop está repleto de exemplos de artistas que se converteram e se dedicaram à fé. Abaixo, alguns exemplos mais famosos.
Tim Maia
O pai do funk brasileiro se encantou com a Cultura Racional, seita que defendia que os extraterrestres viriam para a Terra resgatar seus “eleitos” – que, claro, eram participantes do culto. Lançou dois ótimos discos sobre a Cultura Racional que louvavam seu profeta, Manoel Jacintho Coelho. Quando se desencantou com tudo, Maia proibiu o relançamento desses álbuns.
Bob Dylan
Judeu de nascimento, o cantor americano se converteu ao cristianismo em 1978, ao sentir uma “presença” em seu quarto de hotel e acreditar que era uma manifestação divina. Foi batizado e, de 1979 a 1981, lançou três álbuns que traziam letras religiosas. Não houve santidade que fizesse os discos escaparem do mau humor da crítica. Em 1982, Dylan voltou ao judaísmo.
Rodolfo Abrantes
O vocalista do Raimundos era conhecido por entoar canções sobre mulheres liberadas, maconha e casas de tolerância. Mas no início dos anos 2000, depois de passar por um processo de cura, ele se tornou evangélico. Estreito (2002), disco que marcou sua conversão, trazia um combinado de rock pesado e religião. Hoje Rodolfo lança discos de rock e dá testemunhos em igreja.
Cat Stevens/Yusuf Islam
Em 1978, o popstar inglês prometeu dedicar sua vida a Deus depois de se salvar de um afogamento na praia de Malibu, na Califórnia. Ele optou pelo islamismo após estudar várias religiões. A música é proibida pela religião muçulmana, mas Stevens (ou melhor, Yusuf Islam) chegou a um meio termo: seus discos trazem uma mensagem humanista, que podem chegar a todo tipo de público.
Al Green
O cantor americano se converteu ao cristianismo após um acontecimento bizarro, em 1975: uma ex-namorada jogou mingau quente em seu corpo e matou-se logo em seguida. Green virou pastor e passou a lançar discos de cunho religioso. Mas no início dos anos 90, ele se voltou novamente para a soul music. As letras, contudo, são menos libidinosas que hits como Let’s Stay Together.