UPM mostra ‘terra de macumbeiro’ ao abrir desfile na Sapucaí
Unidos de Padre Miguel não desfilava entre as grandes agremiações há 52 anos

Após 52 anos sem desfilar na Marquês de Sapucaí como integrante do Grupo Especial, a Unidos de Padre Miguel abre a primeira noite de desfiles neste domingo, 2, homenageando as origens do Candomblé no Brasil com o enredo Egbé Iyá Nassô. Idealizado pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, o samba-enredo passeia pela tradição afro-brasileira ao homenagear o legado de Iyá Nassô, uma das fundadores da Casa Branca do Engenho Velho, terreiro localizado em Salvador (BA), considerado o barracão mais velho do país ainda em funcionamento.
A decisão de seguir com esse enredo para o carnaval de 2025 foi feita após uma comitiva da escola visitar o terreiro soteropolitano. A diretora de carnaval Lara Mara, os carnavalescos responsáveis e os enredistas Victor Marques e Clark Mangabeira foram recebidos pelos membros do conselho espiritual do terreiro, que apoiaram intensamente a iniciativa. “Quando subi aquelas escadas uma energia de paz tomou conta de mim, me senti em casa”, disse Lara.
O enredo também comemora os 200 anos da casa. “No egbé Vila Vintém, dagô Xangô / Amor que vai além, legado de família / Exemplo de luta sem medo / Voz feminina do gueto / Samba-enredo de mãe pra filha”, apresenta um trecho da música. No refrão, evoca “Padre Miguel é terra de macumbeiro”.
A rainha de bateria é Andressa Marinho, 22 anos, coroada ano passado e que estreia na passarela do samba. Este ano, a vermelha e branca da Vila Vintém tem novamente como intérprete oficial Bruno Ribas e como mestre de bateria Oscar de Lima Filho, o Dinho, que já conta com mais de 45 anos dentro da agremiação.