Sem Boninho, Globo acaba com estúdio Globeleza na Sapucaí
Para delírio dos sambistas, que chamam espaço de ‘anticlímax do samba’

O estúdio Globeleza, ponto de encontro dos sambistas, ritmistas, rainha de bateria e musas famosas após os desfiles da Marquês de Sapucaí, ao longo da transmissão da TV Globo, era apontado como uma verdadeira “aberração” do samba por muitos entendedores do riscado. Isso porque se tornava um anticlímax tirar os sambistas na euforia da Praça da Apoteose e levá-los imediatamente para entrarem ao vivo em entrevistas que nada acrescentavam, apenas para falarem amenidades e sorriem para as câmeras em um cubo envidraçado. Tudo, claro, era pilotado por Boninho.
A apresentadora Mariana Gross terá um local privilegiado. “Vou ter um espaço meu na abertura dos desfiles para mostrar uma visão de 360 graus da Avenida, é para sentir o esquenta na estrada da escola, é o ponto onde tudo começa bem no iniciozinho da Sapucaí”, disse ela durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 20, no Rio.
Agora, a ordem é acabar com as superficialidades – principalmente após a transmissão passada, repleta de influenciadores e atrizes despreparados para lidar com as temáticas carnavalescas. Com menos escolas por noite – serão quatro a cada uma das três noites de desfiles – haverá mais tempo para entrevistas na concentração e exibição do “esquenta” de cada uma delas. Também foi ressaltado que a transmissão pretende mostrar os erros das escolas (como buracos entre as alas), realçando os erros que os jurados nem sempre conseguem notar.
“O novo formato de três noites de desfiles acendeu o Carnaval de uma maneira que faz parecer que multiplicou a festa. Estamos ansiosos pra ver o que vai acontecer na Avenida”, diz o repórter Pedro Bassan, que faz parte do time de cobertura que estará espalhado por toda a Avenida. Já Milton Cunha ficará na dispersão, entrevistando quem chega ao final dos desfiles, trazendo as impressões gerais das apresentações.