Ricardo Pereira no contrafluxo: ‘Não penso em voltar a Portugal’
Ator da novela 'Novo Mundo' mora no Rio de Janeiro há 14 anos, mas faz trabalhos em diversos países, incluindo Espanha
O português Ricardo Pereira mora no Brasil há 14 anos e não tem planos de voltar para o país natal. O Ferdinando da novela da seis, Novo Mundo, já possui dois filhos brasileiros e está esperando o terceiro junto com a esposa, Francisca Pinto, também portuguesa. “Hoje, eu não penso em voltar para Portugal”, explicou o ator, no contrafluxo da migração que tem levado brasileiros a viver na antiga Colônia. “Meus filhos estão na escola e minha mulher possui projetos profissionais aqui. Mas entendo o porquê de muitos amigos terem ido morar lá. Estamos em um momento muito instável a nível econômico e de segurança também.”
Apesar da distância, o ator continua fazendo muitos trabalhos no país natal. Ricardo integra elenco de Cartas da Guerra, adaptação do livro baseado em fatos reais de António Lobo Antunes, durante a Guerra Colonial, que, além de Portugal, envolveu Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. A produção, já em cartaz no Brasil, possui muitos pontos de contato com a vida do ator. “A guerra, na minha vida, está muito presente. O irmão da minha mãe morreu lutando, quando tinha apenas 21 anos e tenho familiares em Angola e Moçambique, por conta de outros parentes que também foram militares na época.”
Além do longa-metragem português, Pereira se envolveu com outro projeto internacional recentemente. Ele participou do filme 100 Metros na Espanha, que ganhou vários prêmios Goya, o maior do cinema espanhol, e do brasileiro Mulheres, com Paolla Oliveira, que tem previsão de estreia para fevereiro de 2018.
Depois de já ter trabalhado como modelo, viajando por diversos países, Ricardo se sente “um ator do mundo”. “Acabo rodando por todo lado, porque tenho vontade de trabalhar com pessoas bem diferentes, que me façam crescer na minha arte”, explicou.
Sexo gay na TV
No ano passado, Ricardo protagonizou um momento histórico na televisão brasileira, ao atuar, junto com Caio Blat, na primeira cena de sexo gay da história em Liberdade, Liberdade. “Foi um divisor de águas na minha carreira”, afirmou o português, “mostramos a diversidade, sem levantar qualquer tipo de bandeira em um seriado de época, que retratava o ciclo do ouro”.