Polícia abre inquérito para investigar padre por racismo religioso na PB

A Polícia Civil da Paraíba abriu um inquérito para investigar um padre acusado de intolerância religiosa durante uma missa na Paróquia de Areial, em Campina Grande (PB). A investigação foi aberta após uma denúncia feita pela Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza. O episódio aconteceu no domingo, 27, quando o padre Danilo César citou Preta Gil, que morreu no domingo, 20, nos Estados Unidos. “Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse o religioso durante a homilia, registrada em uma transmissão ao vivo no canal do YouTube da paróquia, mas foi removida logo depois da grande repercussão do caso.

Em seguida, ele se dirige aos fieis que o acompanhavam e pede que parem de procurar essas “coisas ocultas” e que “o diabo os levasse”. “No dia seguinte quando acordar lá, acordar com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer. Tem gente que não vai aqui (Areial), mas vai em Puxinanã, em Pocinhos, mas eu fico sabendo. Não deixe essa vida não para você ver o que acontece. A conta que a besta fera cobra é bem baratinha”, disse. Após tomarem ciência do ocorrido, a associação manifestou repúdio às falas, afirmando ainda que fez um boletim de ocorrência e entrou com uma representação no Ministério Público. “A liberdade religiosa é um direito garantido pela constituição e a liberdade de expressão também mas essas duas liberdades não dão o direito de você atacar humilhar e agredir fiéis de outras religiões. Nós estaremos procurando as medidas legais cabíveis contra todo o tipo de discriminação junto ao centro de igualdade racial [João Balula] do Estado da Paraíba.

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