Pela primeira vez, mulheres são maioria na Academia Brasileira de Ciências
Ao todo, oito dos treze novos membros do quadro titular são pesquisadoras; Nos últimos anos, representatividade feminina preocupava instituição
Um feito inédito mudou a cara da Academia Brasileira de Ciências no início de 2022. Pela primeira vez, a instituição elegeu mais cientistas mulheres do que homens para o quadro titular de acadêmicos, justamente no dia em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e na Academia.
A mudança, mais que bem vinda, é resultado de anos de avaliação negativa da própria ABC, que identificou a baixa representatividade feminina na organização.
“A partir desse diagnóstico, houve uma busca ativa para que cientistas de grande nome e prestígio fossem indicadas como candidatas a membro titular da ABC. Não foi uma questão de política afirmativa, mas de uma busca ativa a partir deste diagnóstico”, afirma a biomédica Helena Nader, vice-presidente da ABC e professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo ela, o machismo não é exclusividade da ciência, mas reflexo do comportamento brasileiro. “Isso me preocupa muito e é muito ruim, porque a diversidade é muito importante não só para a ciência, mas para todas as áreas. A entrada de mais cientistas mulheres na Academia faz com que, além de elas terem mais visibilidade, se tornem referências para as jovens atraídas por essa carreira”, conclui.
Ao todo, oito dos treze novos membros do quadro titular são pesquisadoras. Integram o time Débora Peres Menezes (UFSC), Liane Marcia Rossi (USP), Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos (LNCC/RJ), Thereza Christina Barja Fidalgo (UERJ), Ester Cerdeira Sabino (USP), Fatima Maria de Souza Moreira (UFLA), Claudia Lee Williams Fonseca (UFRGS) e Niéde Guidon (FUMDHAM/PI). Também foram eleitos os cientistas Marcelo Knobel (Unicamp), Adriano Defini Andricopulo (USP), Fernando Flecha de Alkmim (UFOP), Fabrício Rodrigues dos Santos (UFMG) e Robert David Morris (IMPA/RJ).