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Os planos de Rodrigo Faro prestes a ter contrato com Record finalizado

Em conversa com a coluna, apresentador fala dos desafios de interpretar Silvio Santos no cinema e dos próximos passos na carreira

Por Nara Boechat 12 set 2024, 07h00

Após 15 anos distante da dramaturgia, Rodrigo Faro, 50 anos, volta a atuar e em uma missão bem desafiadora. O ator, que se consolidou como apresentador na TV Record, interpretará Silvio Santos no filme Silvio, que estreia nesta quinta-feira, 12. Em conversa com a coluna GENTE, Faro fala como foi a conversa com o dono do SBT, como lida com as críticas e conta sobre o futuro da carreira na televisão, incluindo a possibilidade de voltar a atuar na Globo.

Você estava há muito tempo sem atuar. Como foi essa volta às telas? Já estava há 15 anos parado, desde que deixei a Globo. Minha última novela foi O Profeta. Depois, fui para a carreira de apresentador, onde me consolidei, e essa paixão de atuar ficou de escanteio. Em 2018, o Roberto [D’ávila] ligou para o meu irmão [Danilo Faro, empresário do artista] e falou do filme. Mas quando recebi o convite, não aceitei. É um desafio grande um comunicador interpretar outro muito maior. Mas, depois, conversando em casa, a minha mulher sugeriu que eu falasse com ele, o Silvio. Foi então que meu irmão entrou em contato com a assessoria e ele me recebeu no camarim.

E como foi o encontro? Eu o perguntei o que achava do filme, mas ele não quis me responder na hora, disse que ia me responder no palco. Me chamou para participar do programa e o final todo mundo já conhece. Ele fez aquele ato de generosidade, de carinho comigo, dizendo que ninguém melhor do que eu para dar vida a ele. E com a benção de Silvio me senti mais confortável, pois só faria o filme se não o desagradasse. Isso foi em 2019, começamos a gravar em 2020. Fiquei motivado de fazer a homenagem a ele em vida, mas Deus não quis que o final dessa história fosse do jeito que a gente planejou.

Como foi sua preparação? Fazer o Silvio não é imitar o Silvio. A primeira coisa que quis foi fugir da caricatura, pois o Silvio do palco todo mundo faz. Acho difícil ter uma pessoa no Brasil que não saiba imitá-lo, alguém que em algum momento falou “maôe, vai pra lá”. Esse é o Silvio que a gente conhece, mas o recorte do filme é o sequestro. Meu desafio foi criar um Silvo com medo, inseguro e correndo o risco de perder a família. Um desafio de criar um Silvio tendo que ter sagacidade e inteligência emocional para assumir a situação de uma negociação de um sequestro. 

Chegou a procurá-lo quando o filme estava pronto? Depois que a gente se encontrou, veio a pandemia e logo depois Silvio parou de trabalhar. Começou a ficar mais recluso em casa e perdeu o contato com as pessoas, não só comigo. Cheguei a conversar com algumas filhas dele, mas com ele não. Foram somente aqueles 30 minutos no camarim, é a última recordação que tenho dele.

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O que acha da história de que Silvio Santos ouviu uma profecia de que morreria caso fizessem um filme sobre sua vida? Não acredito em previsão. Até porque já fizeram uma série na Disney, e ele já havia dado entrevistas também. Além disso, ele atendia as pessoas na porta do SBT, falava com os meninos do Pânico… Nosso filme é só uma grande homenagem.

Sabe se ele chegou a ver o filme ou os trailers? Eu tinha falado com uma das filhas do Silvio que queria fazer uma sessão para eles, sem imprensa, sem nada. Mas quando a gente fez contato, Silvio já tinha ido para o hospital. As filhas dele chegaram a falar para fazer uma sessão quando ele saísse dessa situação, mas não foi possível. 

Quanto tempo de preparação para o filme? Somando tudo, foi um ano de trabalho intenso. Queria fugir da caricatura, fugir do “maôe”, do “vai pra lá”, e buscar um Silvio ser humano. Foi um trabalho muito difícil.

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Qual é a parte que o senhor achou mais desafiadora? O filme todo tem momentos tensos, mas a parte mais difícil foi o olhar do Silvio para as filhas naquele momento em que estão no poder do sequestrador. Tem um momento que acontece uma situação de extrema tensão, com a polícia na porta, Silvio olha para o Fernando e fala: ‘Fernando, não posso morrer’. Essa frase, para mim, foi a mais difícil. 

Os trailers receberam algumas críticas quando lançados. Como lida com críticas? Normal. A crítica é maravilhosa e faz parte. Quando você está trabalhando, está suscetível a elogios e críticas. Só precisa separar o que é crítica e o que é maldade, existe diferença. Mas a crítica faz parte e me ajuda a crescer. Vamos embora. Não sabe brincar, não desce pro play.

Seu contrato com a Record acaba no fim do ano. O que pensa para o futuro? Não sei, vamos ver o que vai acontecer depois desse filme, deixo rolar. Para mim é motivo de orgulho estar com um programa em um domingo, dia mais importante da televisão, e, ao mesmo tempo, estar no cinema com um filme dessa importância. Não sou ator, não sou cantor, não sou apresentador, sou um artista. 

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Pensa em voltar a atuar? É uma paixão, gosto muito. Pelo fato de ter feito o Silvio, começaram a aparecer outros convites para projetos de streaming. E o filme nem estreou. É um mercado que se abre, pessoas não estavam me vendo mais como ator, só apresentador. 

Voltaria para a Globo? Não sei. Tenho as portas abertas em todas as emissoras, vamos ver o que acontece. A gente não descarta nenhuma possibilidade. Mas minha meta é continuar na Record. Não vou conversar com outra emissora enquanto estiver com contrato lá. Tem infinitas possibilidades, até atuar nas produções da Record mesmo. Me encontrei como apresentador, mas temos que estar prontos para tudo, sair da zona de conforto e assumir desafios. Isso é fundamental. 

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