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O treinamento pesado de Alice Carvalho em ‘Cangaço Novo’

Atriz vive Dinorah na produção do Prime Video

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h24 - Publicado em 19 dez 2023, 15h00

Série do momento, Cangaço Novo, produção nacional de oito episódios disponível no Prime Video, traz a história de Ubaldo (Allan Souza Lima), um jovem que descobre ter uma herança no Ceará. Sem dinheiro, ele decide partir rumo ao interior e lá se envolve na trama cheia de assaltos a bancos, sangue e reviravoltas. Uma das personagens de destaque é Dinorah, irmã de Ubaldo e uma das participantes do grupo de “novos cangaceiros”. Quem vive a justiceira é Alice Carvalho, 27, que nasceu em Natal, no Rio Grande Norte. Devido a este sucesso, em breve, Alice estreia em novelas, no remake de Renascer, com a personagem Joaninha. Ela relata para a coluna o processo de preparação para aprender as habilidades da personagem da série, além de defender a série como um contraponto à predominância de atores e atrizes do eixo Rio-São Paulo.

Que lembrança curiosa traz dos bastidores? Gosto de lembrar que a sequência final do capítulo 5 teve sua primeira metade gravada em dezembro de 2021 e a parte final – de um ato contínuo – foi gravada exatos 4 meses depois, 14 de abril de 2022, devido a uma chuva forte – e rara – que acometeu a cidade. Poderia ter dado tudo errado, mas deu tudo certo.

Como era, por exemplo, lidar com as armas em cena? Fez algum treinamento? Durante os meses de preparação e filmagens, passei por um extenso treinamento e aprendizado para lidar com diversas habilidades para Dinorah. Recebi treinamento em manuseio de armas de fogo, segurança e técnicas de disparo controlado, fiz equitação, treinamento em levantamento de peso olímpico para desenvolver força e condicionamento físico, artes marciais como muay thai e jiu-jitsu e aprendi técnicas de direção de precisão. Foi uma preparação intensa e quase não usei dublê para as cenas.

Você já disse que “há necessidade de reparação histórica” em relação a uma predominância de atores do eixo Rio-São Paulo. Em que medida essa reparação é feita? À medida que mais artistas do Nordeste são colocados nas produções, em papéis variados, com múltiplas narrativas e, principalmente, nas que abarcam questões sobre a sua própria cultura. Isso não apenas enriquece a autenticidade da representação cultural do país, mas também oferece oportunidades de carreira para talentos locais. Essa reparação não acontece da noite para o dia, mas é um processo contínuo que requer o comprometimento de toda a indústria do entretenimento, incluindo produtores, diretores, roteiristas e profissionais de elenco, para garantir que as vozes e culturas de todas as regiões do Brasil sejam representadas de forma justa, respeitosa e variada nas telas.

Ainda falta muito para um cinema mais plural no Brasil? Percebo esse movimento acontecendo de forma gradual, mas com caminho longo ainda pela frente. Existem desafios ainda, como estereótipos arraigados, preconceitos e desigualdades sistêmicas na indústria audiovisual. A representatividade genuína deve ir além da mera inclusão superficial; envolve ecoar vozes às permitindo que essas pessoas contem suas próprias histórias de maneira autêntica. Para alcançar um audiovisual mais plural no Brasil, é necessário um compromisso contínuo de cineastas, produtores, financiadores e organizações do setor em promover esse movimento.

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