O time de futebol criado para dar chance a jogadores gays oprimidos
Willian dos Anjos fala como o Unicorns Brazil o ajudou a curar trauma da adolescência que seguiu pela vida adulta
Ex-jogador e hoje comentarista dos canais Globo, Richarlyson assumiu nesta semana ser bissexual. O assunto ainda é tabu no meio esportivo. Por medo de um ambiente extremamente machista, muitos homossexuais nunca jogaram futebol ou sofreram preconceito quando crianças e, por esse motivo, se afastaram por completo das quadras e dos esportes. É o caso de William dos Anjos, por exemplo. “Meu nome é Willian, sou engenheiro eletricista e eu estou aprendendo a jogar futebol com 47 anos”. Seu depoimento dele é emblemático. No país do futebol, o esporte nunca foi convidativo para crianças que não se encaixam no padrão heteronormativo. “Na quinta série, quando entrei na escola municipal, você vai percebendo que é diferente. Eu era mais afeminado, os meninos interrompiam a aula para caçoar de mim, me empurravam, ou seja, eu atrapalhava a aula. Em algumas séries, tinha professor que falava ‘eu não quero você aqui, do portão você não entra’”, conta o aprendiz de atleta, que joga no Unicorns Brazil, time de futebol voltado para o público gay, com atletas adultos.
Criado há sete anos, o Unicorns Brazil começou com um grupo de amigos gays que queriam jogar bola, justamente para possibilitar a eles uma chance de se reencontrar com as alegrias do esporte, que lhes foram negadas no passado. Seu depoimento estará no Esporte Espetacular deste domingo, 26, que apresenta como o Unicorns ajudou William a curar o trauma da adolescência que seguiu pela vida adulta.