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O que pensa o responsável pela nova emissora que estreou no país

Após trazer a CNN, Douglas Tavolaro investe na adaptação de outro canal norte-americano, a CNBC

Por Nara Boechat Atualizado em 18 nov 2024, 15h34 - Publicado em 18 nov 2024, 07h00

Pouco mais de três anos depois de trazer a CNN ao Brasil, Douglas Tavolaro, 46 anos, aposta agora na operação de um canal voltado para jornalismo de negócios. O jornalista é o responsável pelo projeto da nova emissora brasileira, Times Brasil | CNBC, versão adaptada do canal norte-americano, que estreou no domingo, 17. Em conversa com a coluna GENTE, o empresário conta como surgiu a ideia do projeto, explica sua breve passagem pela CNN e comenta os planos de trazer rostos já conhecidos da televisão aberta para o time, que já conta com Zeca Camargo e Christiane Pelajo.

O senhor trouxe a CNN há cerca de três anos e agora lança a CNBC. Por que trazer emissoras de fora para o Brasil? É um momento importante, até histórico, porque é o primeiro canal de jornalismo de negócios com marca internacional a ser lançado no Brasil, com conteúdo inédito. A CNBC é o maior canal de jornalismo de negócios, está presente em 80 países e é assistido todos os meses por meio bilhão de pessoas. Nós juntamos a marca líder mundial em negócios com uma equipe de jornalistas que vai trabalhar em uma redação de São Paulo e em outros escritórios espalhados pelo país para produzir notícias para o público do jeito que eles nunca costumavam ver.

Por que trazer emissoras de fora e não criar uma original do Brasil? Na verdade, esse projeto é feito por brasileiros para brasileiros, mas é importante criar um projeto que tenha uma rede de informação, de notícias global, que sustente o seu jornalismo. Essa foi a ideia quando a gente trouxe a CNN e agora é com a CNBC, que, para mim, é um projeto maior e mais inovador. 

Por quê? Ela dá um amparo de notícias que faz o canal ficar mais fortalecido e com mais qualidade para o público de casa, além de ter uma marca com credibilidade, que produz notícias há 35 anos. Por exemplo, o canal terá conteúdo das 25 redações da CNBC no mundo, além da possibilidade de fazer transmissões simultâneas. A gente acabou entrando nesse oceano azul para oferecer algo novo para o público de casa.

Tem público no Brasil para um canal de negócios? Não tenho dúvidas. Não estamos inventando a roda. Este é um formato que existe no mundo todo. Os Estados Unidos têm, há mais de 30 anos, três canais destaques nesse universo de jornalismo de negócios, com audiência, mercado publicitário, faturamento, construção de relevância e espaço consolidado no mercado. 

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Sobre a CNN, houve questionamento se haveria público. Como o senhor vê isso hoje? Ouvi muito que não tinha espaço para mais um canal de notícias, que o brasileiro não gosta de notícias, mas está consolidado. A CNN, na minha época de gestão, virou referência no mercado. Usei minha experiência no jornalismo, na TV aberta, na Record, para implantar a CNN. E agora estou usando essas duas experiências para implantar um projeto novo.

E o que leva de aprendizado da CNN? Hoje existe um modelo operacional de televisão ainda mais disruptivo, tecnológico e inovador do que quando implantou a CNN. Isso nos dá segurança em relação à qualidade do que vai para o ar.

Quais os nomes que estarão em frente às câmeras? Um elenco de apresentadores vai levar informações sobre negócios, como Christiane Pelajo, Zeca Camargo e Carol Barcellos. São nomes que o mercado conhece. Marcelo Torres, por exemplo, era apresentador do principal telejornal do SBT há pouco tempo. Em resumo, a gente está tentando trazer esse público da TV aberta para gerar maior identidade com o canal e fazer com que o público assista à gente.

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De quanto foi o investimento para colocar o projeto no ar? O número não posso falar, porque tem contrato de confidencialidade, é delicado. Mas estamos felizes com o plano de negócios. 

Tem alguma meta de audiência? Não. A principal meta é transformar o canal na maior referência em jornalismo, em telejornalismo de negócios do Brasil. Um conteúdo relevante para todas as áreas, desde o pequeno empreendedor, como o dono de uma pizzaria no subúrbio do Rio que quer vender mais e gastar menos, passando pelo estudante da [Universidade] Federal do Rio de Janeiro que está pensando em criar uma startup, seu próprio negócio, até os tomadores de decisões das grandes empresas do Brasil, da Faria Lima. É um canal que educa e inspira. 

Por que deixou a CNN em tão pouco tempo? Fiquei lá dois anos e meio, contando a operação. Era presidente e sócio da empresa e vendi minhas participações para meu antigo sócio [Rubens Menin, presidente da MRV] e fui morar nos Estados Unidos. A saída não foi planejada. Aconteceu e hoje vejo que foi bom, porque deu vida a esse projeto da CNBC no Brasil. 

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Há planos de trazer outras emissoras? Não. No momento é lançar o canal, fortalecer a ideia e fazer dar certo. Construir esse legado para o público. 

Vivemos um cenário bastante polarizado politicamente. Como a emissora vai se portar nessa questão?  Nós somos contra a polarização. A gente é favorável à isenção, a ouvir os dois lados e deixar o público de casa tomar a decisão dele. A ideia do equilíbrio editorial. Mas, no geral, um canal de notícias de negócios entra menos nessas questões políticas. Nosso foco é outro.

Como vê os canais de jornalismo, no formato de TV fechada, no futuro? Sempre vai existir espaço para conteúdo de credibilidade e com marca de confiança de qualidade, esse é o principal ponto. O que vai se transformar são as formas de consumo desse conteúdo, como já aconteceu no passado.

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Douglas Tavolaro
Douglas Tavolaro (CNBC/Divulgação)

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