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O que levou uma dermatologista brasileira até Angelina Jolie

Raquel Machado conta à coluna GENTE o encontro e sua trajetória profissional

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2025, 12h00

A visita de Angelina Jolie, 49 anos, ao Brasil, em encontro com o cacique Raoni, no início de abril, ganhou grande repercussão não só na imprensa, como também entre os envolvidos em causas ambientais. Foi o caso de Raquel Machado, 50, presidente do Instituto Libio, cujo nome Libio remete à “LI berdade e BIO diversidade”, que conseguiu um encontro com a atriz, após sua visita ao Parque do Xingu, intermediado pelo Re:Wild, instituição que acompanhou a viagem de Jolie. A reunião provavelmente não seria possível se Raquel, apaixonada por animais e pela natureza, não tivesse decidido dividir sua rotina entre a clínica e o Instituto Libio, fundado por ela há cinco anos. À coluna GENTE, ela explica sua motivação de investir na causa, analisa como é ser uma liderança feminina em uma região “onde predomina uma cultura machista” e lembra da breve troca que teve com Angelina, primeira celebridade a visitá-la.

Como surgiu o instituto e qual é o seu principal objetivo? Tudo começou com um papagaio que encontramos numa gaiola, em uma das reservas que adquirimos em Porto Feliz (SP). Fui procurar o Ibama para entender como poderíamos devolvê-lo à natureza — e ali me deparei a realidade do tráfico de animais silvestres. E assim comecei a me envolver com a causa. Foi assim que nasceu o Instituto Libio: como uma forma de garantir continuidade, sustentabilidade e transformação.

Quais projetos a senhora destacaria como mais transformadores hoje? A reabilitação e soltura dos animais, e a educação ambiental. A reabilitação e soltura é um trabalho essencial, porque damos segunda chance para esses animais voltarem ao seu lugar de origem — a natureza. Já a educação ambiental é a base de tudo. Se não conscientizarmos os jovens, estaremos enxugando gelo. Jovens bem informados têm um poder muito maior de proteger o que é nosso.

Como tem sido o diálogo com outras organizações e com o poder público? Trabalhamos em parceria com várias organizações. Tem o projeto “Sou Amigo da Fauna”, que surgiu com foco no combate ao tráfico de animais em aeroportos. Temos também parcerias importantes com a Ampara Silvestre, SOS Pantanal, Rewild, Onçafari e a Rede no sul da Amazônia, onde formamos o chamado Cinturão Verde. Além disso, participamos do Observatório de Estrada Segura para Todos, no Mato Grosso do Sul, que atua na prevenção de atropelamento de fauna, em parceria com ICAS, IHP e outras instituições. Nosso diálogo com o Ministério Público também é bastante positivo. Em Porto Feliz, já tivemos boas parcerias com a prefeitura em ações de educação ambiental e reflorestamento, junto à SOS Mata Atlântica.

A atuação feminina em cargos de liderança ainda enfrenta desafios. Como a senhora se sente sendo mulher à frente de um instituto? As mulheres estão, cada vez mais, assumindo papeis de liderança, isso é muito positivo. Mas ainda existem desafios. Em estados como Mato Grosso do Sul, Pará e Mato Grosso, onde ainda predomina cultura muito machista, percebo a dificuldade de ser ouvida e ter minha autoridade respeitada.

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Vivenciou algo do tipo? Sim, quando detectamos um caçador invadindo nossa área de proteção. Descobrimos que era funcionário da fazenda vizinha. E, naquele contexto, eu, sendo mulher, não poderia ir pessoalmente confrontar a situação. Precisei enviar um homem da equipe para tratar diretamente. Mas também vejo com muito orgulho que cada vez mais mulheres estão na linha de frente das ONGs e do ativismo ambiental. Ainda há caminhos a percorrer, mas estamos avançando.

Como foi o recente encontro com a Angelina? Foi uma honra receber alguém tão engajada nas causas ambientais. Ela ficou conosco durante dois dias. Foi uma passagem breve, mas muito significativa para todos nós.

Ela fez alguma exigência especial? Nenhuma. Foi extremamente simples, gentil e respeitosa com todos. Uma presença muito leve. Falamos bastante sobre a importância da proteção da Amazônia e o combate ao desmatamento. Ela demonstrou muito interesse e sensibilidade com o tema, foi um diálogo muito enriquecedor.

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Ela disse se pretende retornar? Sim, comentou que gostaria de voltar com os filhos. Ficamos felizes com essa possibilidade e esperamos recebê-la novamente em breve. Sua presença trouxe ainda mais visibilidade para a causa. Ter uma voz tão influente se posicionando contra o desmatamento é extremamente valioso para o nosso trabalho e para a proteção da Amazônia.

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