O maior erro que se comete na harmonização facial
O dermatologista Igor Manhães e a dentista Natália Liuzzi falam à coluna
Junto à “moda” da harmonização facial, tem surgido resultados nas redes sociais nada satisfatórios. Queixos pontudos, faces largas e quadradas, nariz desproporcional… Afinal, qual é o maior erro que os profissionais têm cometido nos procedimentos estéticos? A coluna ouviu duas referências no assunto.
Para o especialista em procedimentos injetáveis (toxina botulínica, preenchimento com ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno), o dermatologista Igor Manhães, formado em Medicina pela UFRJ, o erro está na padronização. “O maior erro da harmonização fácil é que está ocorrendo um fenômeno de padronização facial. A quantidade de seringas injetadas em todos os pacientes está sendo a mesma, como uma fórmula, ou seja, as pessoas estão ficando com as mesmas proporções de rosto, sem se respeitar as individualidades de cada um. Se coloca as mesmas quantidades de seringas em todos, nos mesmos locais. Veja o caso Madonna. Ela já tem um dismorfismo. Imagina a pressão midiática a vida toda. Ela que deve obrigar o profissional a fazer isso… Não acho que alguém continue preenchendo-a porque precisa. Todo mundo fica inflado. É o efeito ‘Puffy face’. Mas quando a pessoa tem dismorfismo, ela não vê isso no espelho”.
Já Natália Liuzzi, da clínica Odontoliuzzi, aponta que, para que a harmonização facial tenha sucesso, é necessário que o profissional esteja habilitado e tenha total conhecimento sobre a proporção dos terços da face, como também sobre “a proporção áurea existente na natureza”. “Isso é fundamental para que, ao traçar seu plano de tratamento e suas indicações, os procedimentos sejam realizados mantendo o equilíbrio e a harmonia das características do paciente. O que temos visto com frequência são procedimentos sem qualquer análise facial, como se não tivéssemos traços individuais que nos diferem uns dos outros. Harmonizar significa equilibrar a proporção e, quando o profissional não está apto a detectar este desequilíbrio, não tem a visão clínica de onde necessita mudanças e acaba por gerar uma desarmonização facial”.