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O forte relato de sobrevivente dos horrores do Holocausto

Lola Hassid Angel fala sobre o terror do nazismo

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 abr 2025, 20h04

No dia em que se completa o 80º aniversário da libertação de Bergen-Belsen, campo de concentração da Alemanha nazista, uma sobrevivente decidiu quebrar o silêncio sobre os horrores do que viveu na Segunda Guerra Mundial, durante a infância. Aos 88 anos e tataravó, Lola Hassid Angel conta ter “chegado à idade adulta” quando tinha apenas 8 anos por ter visto e vivido coisas que uma criança não deveria. Angel foi uma das últimas da comunidade judaica grega a sobreviver a Bergen-Belsen, que teve Anne Frank entre suas vítimas, uma das mais conhecidas do Holocausto. “O que aconteceu lá foi uma abominação. Uma abominação que os historiadores um dia chamarão de página sombria, mas que nós, como os últimos sobreviventes, temos o dever de descrever”, disse Angel ao The Guardian.

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A reportagem lembra que no dia 12 de abril de 1945 as forças nazistas concordaram em entregar o campo. Dois dias depois, 15, o exército britânico chegou aos limites do complexo, encontrando “cheiro de morte estava por toda parte, nos cadáveres empilhados, alguns verdes”, informou o veículo. “Em Auschwitz, foram as câmaras de gás; em Bergen-Belsen, foi a morte por fome e doença”, contou Lola Hassid Angel, que se lembra perfeitamente da chegada de milhares de detentas “exaustas e esqueléticas” de Auschwitz, em outubro de 1944, incluindo Frank e sua irmã mais velha, Margot. “Os alemães estavam perdendo a guerra. Sentiam que o tempo estava se esgotando e sabiam que em Bergen-Belsen, onde o tifo era tão frequente, morreriam muito em breve”, continuou.

A família de Angel estava entre os últimos judeus a serem evacuados à força pelos nazistas de Atenas, em abril de 1944. Lola ainda não tinha completado 7 anos quando embarcou no trem. Na reportagem, ela conta que “de vez em quando” ainda sente o “nó na garganta” que passou a simbolizar medo. “No início, eles nos deram pacotes da Cruz Vermelha Sueca e nos trataram razoavelmente bem. Mas depois de 6 de junho de 1944, as caixas pararam e recebíamos um pedaço de pão por dia com leite diluído pela manhã e uma sopa de água com casca de batata à noite. Não me lavei por mais de um ano. Estava cheia de piolhos”, seguiu.

Segundo Lola, com a aproximação dos aliados, as forças nazistas do campo decidiram colocar cerca de 2.500 “judeus estrangeiros”, incluindo sua família, alinhados para troca em um “trem da morte” com destino ao norte. O comboio foi interceptado por tropas dos Estados Unidos, libertando o grupo e levando para um lugar “para se lavar, dormir e comer”. “Um soldado americano ficou do lado de fora enquanto nosso anfitrião, um comandante da Marinha nazista, foi forçado a abrir sua casa para nós. Pela primeira vez, dormimos em uma cama macia com edredons e pudemos tomar banho. Nunca me esquecerei de minha mãe avistando um pequeno punhal sobre uma mesa, pegando-o e dizendo: ‘Aqueles que vencerem podem tomar as armas dos vencidos’. Tenho orgulho daquele punhal e o tenho até hoje”, lembra.

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Hoje em dia, Angel tem visitado escolas gregas para falar sobre o Holocausto aos alunos, que, segundo ela, ficam chocados quando conta que cerca de 1,5 milhão de crianças menores de 13 anos morreram em câmaras de gás durante a guerra. “No final de cada palestra, é sempre a mesma coisa. Minhas pernas tremem, minha cabeça gira, sabendo o que realmente aconteceu há não muito tempo. Os nazistas dominaram a arte de matar pessoas. Meu grande medo é que, se outro Hitler aparecer, a próxima guerra seja muito pior”, concluiu.

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