O construtor especializado em bunkers para quem teme por ‘apocalipse’
Ricardo Moura fundou empresa de estruturas fortificadas, de olho no aumento do medo por catástrofes

Nos últimos tempos, o medo de um “apocalipse capaz de devastar o mundo” fez muita gente tomar medidas drásticas para sobreviver aos caos. Surgiu nas redes sociais um movimento de construção de bunkers, estrutura subterrânea construída para proteger as pessoas de catástrofes a ataques de zumbis. Pois é. Esse fenômeno vem conquistando adeptos, que pretendem estocar todo tipo de alimento para quando a Terra foi destruída. Recentemente, um casal de Santa Catarina ganhou chuva de likes (e não de meteoros) por mostrar a construção da sua própria estrutura fortificada. Maria Elizia Soares, 26 anos, e André Luiz Freitas, 27, registram todas as etapas da obra que eles mesmos fazem. Mas o casal não está sozinho – já existem até construtoras especializadas nesse tipo de “proteção”.
Ricardo Moura, 39 anos, fundou Forttus Bunkers, empresa especializada no mercado do apocalipse. Desde 2011 na área, o empresário conta que começou a criar as estruturas fortificadas ainda quando a tendência não tinha chegado ao Brasil, mas já entendia que era necessário ter uma proteção a mais para se viver. “O que me motivou a entrar nesse ramo foi o aumento de demanda de proteção personalizada, além da minha paixão por engenharia de segurança e minha insatisfação com soluções genéricas que não atendiam à real necessidade de pessoas que buscavam refúgio total”, diz à coluna GENTE.
Segundo o empresário, houve um aumento considerável nos últimos anos por construção de bunkers em domicílios no país. No entanto, na sua visão, não se trata de modinha virtual, mas reflexo dos tempos atuais. “Vivemos em um tempo instável, hiperconectado e vulnerável. O que antes era buscado por militares, hoje é buscado por família, empresários, celebridades e investidores que entenderam que segurança precisa ser tratada com exclusividade”, defende. Um esconderijo desses não sai por menos de 1 milhão de reais, pela quantidade de concreto e aço a serem utilizados.
Ainda assim, Ricardo afirma que o medo do fim do mundo passa longe de ser o principal motor para a construção de um bunker sob uma casa. “A maioria quer para se proteger da violência e de novas pandemias, em um momento de lockdown. Poucos estão preocupados com guerras, desastres naturais ou apocalipse”, diz, com os pés no chão.