Ney Latorraca: o que havia de genial em seu humor, de ’Vamp’ a ‘TV Pirata’

Internado desde 20 de dezembro na Clínica São Vicente da Gávea, em função do agravamento de um câncer de próstata, Ney Latorraca faleceu nesta quinta-feira, 26, aos 80 anos, em decorrência de uma sepse pulmonar. O ator colecionou papéis memoráveis na TV, no teatro e no cinema.

Estreou na Globo em 1975 na novela Escalada. Um contrato de três meses virou mais de 50 anos de casa. Ao longo da carreira, se destacou em novelas e programas humorísticos, como o vampiro Vlad, na novela Vamp (1991), e Barbosa, em TV Pirata.

Estabeleceu parceria importante com o diretor Walter Avancini, com quem realizou projetos de literatura adaptada como Anarquistas, graças a Deus, Memórias de um gigolô, Rabo de saia, Grande sertão: Veredas. Em 1986 estreou, com o ator Marco Nanini o maior sucesso do teatro brasileiro, O Mistério de Irma Vap, que permaneceu mais de 11 anos em cartaz.

Em comum, seus personagens traziam a doce ironia do deboche, seja para fazer rir a troco de nada, seja para denunciar mazelas e comportamentos ultrajantes. Ney era dos poucos que se firmava no drama sem deixar a comédia de lado. Um ator que conseguia misturar os gêneros sem confundir. A genialidade de sua atuação estava na sutileza em que entregava o texto.

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