MST tem fotos canceladas na maior exposição do Masp neste ano
Prevista para julho, “Histórias Brasileiras” não contará com seis fotografias por questões de prazo de licenciamento
Alegando um problema de ordem burocrática, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) cancelou um conjunto de documentos e fotos do Movimento Sem Terra (MST), e de fotografias dos artistas João Zinclar, André Vilaron e Edgar Kanaykõ.
As curadoras Sandra Benites e Clarissa Diniz, cocuradoras da mostra “Histórias Brasileiras” e proponentes do núcleo “Retomadas” consideraram o ato um desrespeito aos artistas e ao MST. Em comunicado, afirmam: “Impedidas de levar adiante nosso acordo com o Movimento Sem Terra, seus fotógrafos e Edgar Kanaykõ como sanção a um erro que sabemos não ter cometido, sentimo-nos desrespeitadas, injustiçadas e instaladas, em consequência de tal decisão, a trair a confiança deste que não é só o maior movimento social do Brasil, como também é a coluna vertebral do ‘Retomadas'”.
O material impedido de ser exposto comporia parte da exposição “Histórias Brasileiras”, a maior exposição do Masp neste ano, prevista para julho. Em nota enviada a VEJA, o museu informa que “as curadoras alegam que não conheciam os prazos, que constam em contrato, e tomaram essa decisão (do cancelamento) por não poderem incluir 6 fotografias de autoria de João Zinclar, André Vilaron e Edgar Kanaykõ, ligados ao MST, pois julgavam essenciais para a mostra. A produção já havia procurado flexibilizar os prazos para solicitação de empréstimo de obras bem como seus licenciamentos – mínimo de 6 meses (para instituições nacionais) e 4 meses (para galerias e coleções particulares nacionais) – e inclusive aceitou um pedido de inclusão de cartazes e documentos do acervo do MST, o que descarta a hipótese de censura”.