Influenciador morre após anestesia geral para fazer tatuagem
Polícia Civil investiga causa da morte

O influenciador Ricardo Godoi, 46 anos, morreu, nesta segunda-feira, 20, após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem. O procedimento foi realizado em um hospital particular em Itapema, Santa Catarina. Segundo o tatuador, que pediu para não ser identificado, o empresário teve uma parada cardiorrespiratória quando começou a ser sedado. A Polícia Civil vai investigar a causa da morte.
“Hoje nos despedimos de Ricardo Godoi, uma pessoa incrível que deixou sua marca no coração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Sua alegria, generosidade e luz continuarão presentes em nossas memórias e em cada história que ele ajudou a construir”, diz uma nota publicada no seu perfil do Instagram. Com mais de 200 mil seguidores na rede social, Godoi tinha o hábito de compartilhar as imagens de carros de luxo que comprava e vendia.
Riscos
De acordo com o cirurgião cardíaco Dr. Edmo Atique Gabriel, a anestesia geral é, comprovadamente, o tipo de anestesia mais segura entre todas, do ponto de vista pulmonar e cardíaco. No entanto, por não haver protocolo específico para aplicação de anestesia geral em casos de tatuagem, a sua aplicação pode causar riscos à pessoa. “Não existem estudos definidos para esse fim e, por não ter regramento definido, pode colocar a pessoa em risco. Anestesia geral exige uma clínica grande, estruturada ou mesmo um hospital propriamente dito. Você não vai aplicá-la em uma pessoa num ambiente que não seja um hospital muito estruturado porque exige intubação, controle artificial da respiração e tem os parâmetros cardíacos mantidos sob vigilância de aparelhos”, explicou.
Ainda segundo o médico, é preciso manipular instrumentos que não devem ser compartilhados e com profissionais devidamente habilitados. “Não há ainda um protocolo estabelecido legalizando a associação de uma anestesia geral para tatuagem, é uma decisão que foi tomada certamente entre duas pessoas, e certamente não está no protocolo de vigilância sanitária daquela clínica, não está no protocolo definido pelo Conselho Federal de Medicina, o que coloca em risco o procedimento”, concluiu.
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