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Indiciamento de Gusttavo Lima: cofre com dinheiro e venda de avião

Cantor é suspeito de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa

Por Giovanna Fraguito Atualizado em 30 set 2024, 14h35 - Publicado em 30 set 2024, 13h11

Gusttavo Lima se tornou um dos alvos da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas online (as “bets”) e o jogo do bicho. A mesma investigação prendeu a influenciadora Deolane Bezerra, solta 14 dias depois, após a Justiça aceitar pedido de habeas corpus que também beneficiou outros 17 investigados. O sertanejo, que teve a prisão preventiva decretada, não chegou a ser preso porque deixou o Brasil horas antes, nas segunda-feira, 23, em um voo privado com destino a Miami, nos Estados Unidos. O cantor foi indiciado em 15 de setembro, pela Polícia Civil de Pernambuco, e é suspeito de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Em reportagem do Fantástico, que foi ao ar neste domingo, 29, alguns dos pontos da investigação foram expostos.

Um cofre milionário com dinheiro vivo (notas de dólares, euros e reais) foi encontrado pela polícia na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de shows de Gusttavo Lima localizada em Goiânia (GO). Os investigadores apreenderam ali cerca de 150 mil reais, que pode ser um indício de lavagem de dinheiro. Os investigadores encontraram ainda 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia e em valores fracionados por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos. Essas totalizavam mais de 8 milhões de reais pelo uso de imagem e voz do cantor, emitidas para a PIX365 Soluções (Vai de Bet, de acordo com a polícia), também investigada no esquema.

Outro ponto que levou ao indiciamento do cantor é a suspeita de que ele participou de uma negociação irregular com empresários ligados a jogos ilegais. Entre os anos de 2023 e 2024, um avião da Balada Eventos foi vendido duas vezes para investigados na operação — primeiro por cerca de 32 milhões de reais Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Sports Entretenimento e de uma família de bicheiros do Recife (segundo a polícia), e depois por 33 milhões de reais para José André da Rocha Neto, que também é alvo da operação.

Além disso, Gusttavo Lima se tornou sócio da marca Vai de Bet, casa de apostas investigada na operação, em julho de 2024. O empresário José André da Rocha Neto diz que o sertanejo tem direto a 25 porcento da marca, mas que nunca foi sócio e jamais participou da administração. Porém, os investigadores suspeitam que ele seja uma espécie de dono oculto da empresa há muito mais tempo.

No início de setembro, o cantor viajou para a Grécia, onde comemorou seu aniversário de 35 anos em um iate luxuoso. José André da Rocha Neto – dono da empresa que comprou o avião de Gusttavo Lima pela segunda vez – e a mulher dele, Aissla, estavam entre os amigos presentes e já estavam com prisão decretada. Segundo a polícia, na ida para a Grécia, o casal pegou carona no avião do cantor. Já no retorno ao Brasil, Gusttavo chegou sem eles. Essa suposta ajuda a foragidos que motivou o decreto da prisão do artista, em 16 de setembro. A decisão caiu, em segunda instância, menos de 24 horas depois.

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