Fotógrafo toma atitude após polêmica foto de Alexandre de Moraes
Imagens foram feitas para entrevista de ministro a revista norte-americana

Após grande repercussão de fotos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para uma entrevista à revista norte-americana The New Yorker, Fábio Setti, responsável pelo ensaio fotográfico, acabou excluindo um post em que divulgava o trabalho. No post, o fotógrafo destacou que as imagens foram feitas no segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, 26 de março, e comentou sobre a experiência de conhecer o local de trabalho do ministro. “Logo na entrada de seu gabinete avistei uma camisa do Corinthians autografada, dando o ar das boas vindas, um sinal de que a conexão seria intensa. (…) Ambiente amplo, janelas grandes, com uma biblioteca recheada de livros, os quais o ministro alegou ter ligo ‘quase todos’, seguido de uma risadinha faceira”, contou Setti.
Alguns internautas, especialmente aqueles que se opõem a Moraes, criticaram o ministro. “Segundo o fotógrafo, o ensaio é pra Revista The New Yorker numa matéria intitulada ‘Strongmen’. Se esse é o homem forte do Brasil que a Revista quer mostrar ao mundo, só posso dizer uma coisa: Pobre Brasil”, escreveu ela no Instagram.
Publicada na última segunda-feira, 7, a longa reportagem apresentou um perfil de Moraes, incluindo uma caracterização sua: “Cabeça raspada e um rosto que parece feito para interrogatório, com uma testa grossa, maçãs do rosto salientes e um queixo proeminente”. No texto, o repórter expõe como “os brasileiros costumam se referir ao ministro”, destacando os termos “Xandão ou Big Alex”. “Mas ele não é especialmente alto”, completa.
Entre os temas abordados na reportagem estão o ataque do “homem-bomba” ao Supremo, em novembro do ano passado; a nomeação de Moraes para o STF pelo ex-presidente Michel Temer; e os atritos com Elon Musk, incluindo o bloqueio do X no Brasil. ““A extrema direita percebeu, durante a Primavera Árabe, que as mídias sociais poderiam mobilizar pessoas sem intermediários. No início, os algoritmos eram refinados para fins econômicos, para cativar consumidores. Então as pessoas perceberam o quão fácil era redirecionar isso para o poder político. Se [Joseph] Goebbels (ministro da Propaganda da Alemanha nazista) estivesse vivo e tivesse acesso a X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo“, diz uma resposta do ministro ao repórter.