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Por Valmir Moratelli
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Família de Lampião celebra vitória na quadra da Imperatriz Leopoldinense
Parentes do 'rei do Cangaço' comemoram o legado familiar
Duas quadras antes da escola, já era possível ouvir os batuques. Pessoas de blusa verde circulam pelo bairro, eufóricas. Dentro da quadra da Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, subúrbio carioca, ninguém para: ou pula ou samba. “Os últimos serão os primeiros” diz um apaixonado pela verde e branca, que foi a quarta escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
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Na Sapucaí, aos jurados, o escola foi unânime: manteve votação estável e notas altas em todos os quesitos. Cerca de duas mil pessoas pulam e celebram a vitória depois de 22 anos de seca nesta quarta-feira, 22. “Sensação inigualável”, diz João Leonardo, que nunca tinha visto a agremiação conquistar um título. A celebração só acaba amanhã, prometem os presentes, que presenciaram uma vitória apertada em cima da Viradouro, por um décimo.
Emocionada, Iza Ferreira, 63, pula que não para quieta. Neta de Lampião, o “rei do Cangaço”, diz que a conquista do título pela Imperatriz é um tiro de libertação. “Por muitos anos, fomos humilhados, alvos de preconceitos, por sermos parentes de Lampião”. A matriarca, Expedita Ferreira, filha de Lampião, 90, passou o desfile da Sapucaí em pé – não parava de comemorar a homenagem ao legado da família. Seis representantes marcam presença na sede da agremiação – uma filha, duas netas e três bisnetas do casal lendário da cultura brasileira. Elas até pararam para tirar uma foto em família, a pedido da VEJA, mas logo depois voltaram a sambar. Não aguentaram ficar paradas.
O carnavalesco Leandro Vieira se emocionou ao falar do enredo sobre Lampião. “Morreu. Foi para o Inferno. O Diabo não quis ele lá. Tentou ir para o Céu. São Pedro não deixou entrar. Vai parar em algum lugar”, canta sua letra. “Essa figura representa uma página inteira da nossa História. A cultura brasileira tem como verbete o Lampião, que influenciou no que é ser nordestino”, disse, emocionado.
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