Ex-sargento, brasileiro de 60 anos se destaca em patinação da Disney
Mario Castro faz parte do espetáculo há 29 anos
Espetáculo de patinação da Disney, Disney On Ice – 100 Anos de Emoção está no Brasil para temporada em três capitais: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital fluminense, as apresentações com histórias de Moana, Frozen e Enrolados começaram nesta quarta-feira, 14, e vão até o dia 18, na Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca. Mario Castro, 60 anos, é um dos únicos brasileiros na equipe de 51 patinadores, com 14 nacionalidades. Nascido em Luz (MG), começou a patinar aos 28 anos, após umaradical mudança de profissão.
Antes de entrar na carreira artística e ensaiar passos ao lado de Mickey, Pateta e sua turma, Mario foi terceiro sargento do Exército por seis anos, de 1981 a 1987 – chegou até a conquistar o prêmio de melhor soldado do ano. Neste período, estudou Artes Dramáticas, e, ao sair do posto militar, começou a trabalhar como personagem em festas infantis. O gosto pela patinação só veio em uma viagem para os Estados Unidos, onde assistiu a uma apresentação e se encantou pela prática.
“A patinação começou despretensiosa em Belo Horizonte, eu só imaginei que poderia ser algo profissional quando fui para Miami estudar inglês. Assisti ao show de patinação em Miami, Disney on Ice Beauty and Beast. Pedi uma audição e não passei na primeira. Mas eles me deram uma esperança de que poderia voltar depois de dois anos, consegui um técnico e entrei na Disney”, diz, cheio de vibração com seu próprio feito. Em 1994, ele entrou para o time da Disney, onde está desde então.
Mario explica que o início da patinação foi complicado, pela falta de estrutura no Brasil, mas recebeu apoio da empresa para os treinos. “Meus pais nunca trabalharam no ramo artístico, patinação não é um esporte bem difundido aqui no Brasil, não temos pistas… Agora está melhorando, mas na época foi um processo difícil. Não tínhamos nem treinadores”, compara.
O ex-sargento já visitou 83 países com o espetáculo e se considera um morador do mundo. “Conhecer culturas é incrível, uma das boas lembranças que tenho foi uma viagem à Índia, uma cultura milenar, país incrível”. Sobre perrengues, afirma que um dos piores foi no Rio, quando o espetáculo sofreu um atraso e, ao ir para o palco pedir desculpas, foi vaiado por seis mil pessoas. Nada que um ex-combatente não tire de letra. E rodopios.