Em show, Chico Buarque ironiza ação movida contra Eduardo Bolsonaro
Apresentação de estreia da turnê no Rio foi marcada por protestos políticos; assista aos vídeos
Uma catarse. Assim foi o final do show de estreia no Rio de Janeiro da turnê Que tal um samba?, nesta quinta-feira, 5, no Vivo Rio. Ao cantar a canção As caravanas, Chico Buarque comentou o imbróglio judicial que atravessou recentemente. Monica Ribeiro Teixeira, juíza substituta do 6º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Lagoa, no Rio de Janeiro, não reconheceu a ação na qual o cantor acusa o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de uso indevido da canção Roda Viva em uma postagem. Ele precisou mostrar a canção composta à mão como forma de prova de sua autoria.
“Eu até pensei em colocar um teleprompter aqui na frente para não errar as letras. Mas podiam falar que eu não sei cantar, podiam falar que as músicas não são minhas”, disse, arrancando risadas do público (assista ao vídeo abaixo).
Ao término da canção Bancarrota Blues, outra alfinetada. Os versos dizem: “Ninguém me tira nem por mal / Mas posso vender / Deixe algum sinal/ Eu posso vender/ Deixe algum sinal / Eu posso vender / Deixa algum si”. Chico disse: “Essa música é minha, mas dizem que é do Paulo Guedes. A música é minha, não podem falar o contrário disso. Eu posso até vender, mas é minha”.
O público veio ao delírio mais uma vez ao término, quando cantou João e Maria. Aos gritos de “Olê olá, Lula lá”, Chico voltou ao palco para encerrar a apresentação ao lado de Mônica Salmaso – ambos fazendo o gesto de “L”. “Se minha irmã Miúcha estivesse aqui entre nós ainda, também fazia o ‘L’”, disse.
Chico estava leve, livre e solto. Feliz, como há muito não se via publicamente. Menos tenso do que no começo da turnê, em setembro, em João Pessoa (PB). A julgar pelo frescor vindo também por parte do público, uma clara demonstração dos bons ventos que a turnê representa neste começo de 2023. Que tal um samba? se torna um convite ainda mais irrecusável.