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Como Lula, Dilma e Cabral são citados no filme sobre Eike Batista

Diretor Andradina Azevedo fala a VEJA detalhes de ‘Tudo ou Nada’, cinebiografia do polêmico empresário

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 ago 2022, 11h59 - Publicado em 30 ago 2022, 11h52

Pensar a história de vida pública de Eike Batista sem o trânsito constante com grandes nomes da política nacional seria impossível. Em conversa com a coluna, um dos diretores do filme Tudo ou Nada, Andradina Azevedo (que também assina o roteiro com Dida Andrade), revela detalhes da produção, aguardadíssima pela classe política e empresarial. O longa, que chega aos cinemas dia 22 de setembro, tem produção do Tiago Rezende, da Morena Filmes, e distribuição da Paris Filmes. A seguir, o bate-papo com Andradina, que explica como se resguardou de possíveis processos, já que a história envolve só gente graúda.

O MAIOR INTERESSADO. “O Eike ainda não viu o filme. O livro é baseado no livro da Malu Gaspar, Tudo ou nada: Eike Batista e a verdadeira história do grupo X. Como hoje em dia tem essa lei dos direitos autorais, que diz que você não precisa mais da autorização da pessoa para retratá-la, ficou mais fácil. O que se passa na cabeça do Eike é uma dúvida imensa para mim, já pensei muito sobre isso. Mas eu acho que a gente (o filme) foi justo com ele. Obviamente, terão coisas que ele não vai gostar de ver, mas, de modo geral, acho que ele é um cara que prefere que fale dele, apesar de tudo. Acho que ele pode até gostar do filme”.

SOB BENÇÃOS JURÍDICAS. “A gente escreveu o roteiro e depois encaminhou para os advogados, para eles garantirem que estávamos seguros de possíveis processos. Para evitar processo, tivemos que retirar alguns trechos que entravam mais na vida pessoal dele, tivemos que usar alguns nomes fictícios”.

TROCA DE NOMES 1. “O Rodolfo Landim (atual presidente do Flamengo) no filme se chama Laerte (interpretado por Marcelo Vale). O Eike prometeu para ele 1% de todo seu Grupo, se o Rodolfo entrasse no negócio da petroleira, mas não cumpriu. O Landim tem um processo contra o Eike por causa disso até hoje”.

CONTRATO NO GUARDANAPO. “Na vida real, isso aconteceu no meio de uma viagem. O Eike tinha aquele jeito de comprar tudo e todos, e convenceu pessoas como o Landim a entrar no negócio. Ele fez o ‘contrato’ num guardanapo, e quando o Landim foi cobrar dele, Eike disse: “É só um pedaço de guardanapo’. Esse processo rola até hoje.”

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TROCA DE NOMES 2. “O (ex-governador do Rio, Sérgio) Cabral é citado, mas também com outro nome. No filme ele é o governador Sobral, no estilo ‘todo mundo sabe quem é, mas não estamos dizendo quem é’. Nem o Lula nem Dilma são citados. Preferi assim”.

TRILHA SONORA. “Usamos Aquarela do Brasil como música-tema. No filme, a música ganha várias versões, que entram em diversos momentos. Dá esse tom positivo e quase irônico ao filme. As versões foram feitas pelo Flavio Iannuzzi, músico e arranjador de Jazz.

NA PORTA DO INFERNO. “Flavio e eu compomos uma música juntos para o filme, se chama It’s all about Money (tradução para ‘É tudo sobre dinheiro’), jargão que o Eike sempre usava dentro da empresa dele. Ele dizia que um dia a gente vai chegar na porta do inferno e vai estar escrito It’s all about money. A música é cantada por um dos atores do filme, o Bukassa Kabengele”.

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