
País-símbolo da sociedade patriarcal, fincada no machismo, o México, quem diria, elegeu para presidente uma mulher, Claudia Sheinbaum, 62 anos — e com vantagem de 60% dos votos. “Não chego sozinha, chegamos todas, junto com as heroínas que nos deram nossa pátria”, celebrou. É verdade que Sheinbaum contou com um pistolão e tanto: foi a candidata ungida por Andrés Manuel López Obrador, o popularíssimo AMLO, para substituí-lo na chefia do Estado. Apelidada de “Dama de Gelo”, pela frieza com que lida com adversidades em um país dado a dramalhões, a presidenta (sim, quer ser chamada assim) tem pela frente as duras missões de cortar os tentáculos do narcotráfico — sete das dez cidades mais violentas do mundo ficam no México — e levar adiante uma controversa e radical reforma do Judiciário. Sem falar na pimenta jalapeño mais caliente: o vizinho Donald Trump.
Com reportagem de Giovanna Fraguito, Mafê Firpo e Nara Boechat
Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924