Caso Otávio Mesquita: ‘o que antes podia ser brincadeira hoje é crime’
A coluna GENTE ouviu Jamily Wenceslau, especialista em defesa do homem e prevenção de falsas acusações

Para a advogada Jamily Wenceslau, especialista em defesa do homem e prevenção de falsas acusações, a denúncia de estupro feita pela comediante Juliana Oliveira contra o apresentador Otávio Mesquita, reacende debate sobre recentes mudanças de comportamento (e da lei) no país. Em conversa com a coluna GENTE, ela diz:
“O caso de Otávio Mesquita é um alerta claro para todos os homens: a linha entre o que antes era visto como ‘brincadeira’ e o que hoje configura crime pode ser muito mais tênue do que parece — especialmente em ambientes de exposição pública, onde tudo fica registrado e pode ser reinterpretado anos depois. Mesmo alegando que a interação foi consensual e previamente combinada, Otávio enfrentará um caminho árduo. O Ministério Público já se manifestou favorável à investigação, o que demonstra que a denúncia não será descartada de imediato. Isso significa que ele terá que provar sua inocência diante de um cenário altamente sensível e em um contexto de forte clamor social. Por isso, mais do que nunca, os homens precisam estar atentos à sua postura, às suas palavras e aos ambientes em que se inserem. Ter consciência legal, estabelecer limites claros e saber se proteger juridicamente são atitudes que não só evitam acusações injustas, como também preservam a dignidade e a segurança de todas as relações — profissionais ou pessoais. A defesa de Otávio pode até demonstrar inconsistências na acusação, mas isso exigirá estratégia, provas robustas e resistência emocional. Enquanto isso, sua imagem já está em julgamento na arena pública. É uma lição dura, mas necessária: num mundo onde a verdade nem sempre vem à tona com rapidez, a prevenção continua sendo a arma mais eficaz”.