Caso Lula: craniotomia, trepanação e como será a recuperação
Neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, especialista em doenças cerebrovasculares, explica cirurgia em decorrência de sangramento no cérebro
Por Valmir Moratelli
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10 dez 2024, 16h58 • Atualizado em 10 dez 2024, 17h32
O presidente Luiz Inácio Lula da SIlva está na UTI do Sirio-Libanes, em São Paulo (Ricardo Stuckert/PR)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência nesta segunda-feira, 9, para a drenagem de um hematoma intracraniano. A lesão identificada foi decorrente de uma queda sofrida em outubro, quando o presidente bateu a região da nuca em um acidente doméstico no banheiro da residência oficial. Na ocasião, ele precisou levar cinco pontos.
Segundo o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, o presidente apresentou hematoma subdural crônico, condição comum em idosos que geralmente ocorre entre 20 e 45 dias após um trauma. “Esse tipo de hematoma não ocorre dentro do cérebro, mas sim entre o cérebro e uma membrana chamada duramáter. É um sangramento lento e progressivo que, no início, não causa sintomas aparentes. O paciente vai se adaptando até que o volume acumulado comece a pressionar o cérebro, causando sinais como dores de cabeça, perda de força de um lado do corpo, alterações na fala e sonolência. Em casos graves, pode levar até mesmo ao coma”.
Para tratar o caso de Lula, foi realizado um procedimento minimamente invasivo que, de acordo com Victor Hugo, “envolve a abertura de um pequeno orifício no crânio para drenar o hematoma acumulado. Após a drenagem, um dreno é inserido temporariamente, permanecendo por 24 a 48 horas para garantir a remoção completa do líquido”. Ele ressalta que se trata de uma cirurgia de baixo risco. “Normalmente, o paciente passa 24 a 48 horas em observação na UTI, seguido de um breve período no quarto, antes de receber alta hospitalar. É uma recuperação tranquila na maioria dos casos.”
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Durante a manhã, os médicos explicaram que, além de craniotomia, o termo mais correto para o procedimento feito no petista é “trepanação”, já que o corte é mínimo. O especialista ouvido pela coluna GENTE destaca ainda a existência de uma alternativa terapêutica chamada embolização, indicada para pacientes que utilizam anticoagulantes ou apresentam recorrência do hematoma após a cirurgia. Ele explica que esse procedimento consiste em fechar a artéria responsável pelo sangramento por meio de uma substância especial. No entanto, para o caso do presidente, a drenagem cirúrgica foi considerada a melhor abordagem. “A recuperação costuma ser muito satisfatória, especialmente porque se trata de uma cirurgia de baixo risco. Com os cuidados pós-operatórios adequados e o acompanhamento com exames de imagem, é esperado que o presidente recupere plenamente sua saúde e retome suas atividades habituais em breve”.
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